Independência moçambicana, política e liberdade em Orgia dos Loucos (1990), de Ungulani Ba Ka Khosa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Fenner, Camila Knebel
Orientador(a): Sparemberger, Alfeu
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14348
Resumo: Este trabalho tem como objetivo principal analisar a relação entre a obra Orgia dos loucos (1990), do moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa, e o seu contexto de produção, evidenciando questões sociopolíticas ligadas ao período pós-independência de Moçambique. O livro é composto por nove contos, sendo eles: O prémio; A praga; A solidão do Senhor Matias; Fragmentos de um diário; A orgia dos loucos; Morte inesperada; O exorcismo; A revolta; Fábula do futuro. O espaço das histórias é Moçambique e elas ocorrem, em sua maioria, durante o período pós-independência do país, com exceção de alguns contos que marcam a transição entre o período colonial e a consolidação do país como território independente. Traços desse contexto surgem inevitavelmente nas narrativas a partir do foco do autor no cotidiano de personagens comuns que vivem no cenário moçambicano pós-independência. Além disso, as críticas presentes no livro abrem brecha para discutirmos sobre a liberdade pela qual os revolucionários batalhavam na luta por libertação, questionando se ela foi efetiva e se os moçambicanos tornaram-se realmente livres das amarras da colonização após a independência. Os estudos pós-coloniais serviram como base para esse debate, e utilizamos leituras como Ashcroft (2007), Afolabi (2010), Beal (2010), Bhabha (2013), Cabaço (2009), Césaire (2020), Curtin (2010), Fanon (1961), Laranjeira (1995), Leite (2010), Newitt (2002), Ngoenha (1993; 2022), Noa (2015), Said (1990) e Visentini (2012), principais expoentes na área, juntamente com vários outros autores dedicados ao estudo das literatura africanas de língua portuguesa.