Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Borges, Alexandre da Silva |
Orientador(a): |
Peres, Lúcia Maria Vaz |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9497
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Resumo: |
O presente trabalho, intitulado A Educação Simbólica das Bruxas Pongondós (Povo Novo – Rio Grande/RS), contempla a narrativa da vivência de três senhoras, irmãs Silveira, da comunidade do Povo Novo/RS (3º Distrito do Rio Grande) que, a partir de suas memórias, expõem suas trajetórias de vida. Ao perceber elementos simbólicos, ancestrais e perenes no cotidiano daquela comunidade, bem como ressoantes em meu próprio percurso, munido das fontes e das vivências com os mais velhos, surgiu a seguinte problemática: como ocorre a educação nesse espaço em que a rusticidade das relações tradicionais dá o tom da vida cotidiana? E quais são suas raízes? Espaço que segue às margens de uma educação formal. Com o objetivo geral de identificar as raízes da Educação Simbólica, a partir das narrativas populares pongondós, chegamos à tese de que o conjunto de práticas locais se traduzem numa simbologia capaz de educar, a partir dos conhecimentos populares, um homo sensível aos saberes tradicionais e que esse conhecimento indireto, não acadêmico, fermentado nos ambientes não institucionalizados, é capaz de proporcionar uma Educação Simbólica que se expressa a partir da narrativa das Bruxas Pongondós e é evidenciada pela rusticidade das formas, pelo simbolismo dos gestos e pela amorosidade. As Moiras são a metáfora viva das três irmãs, e evocam toda a ancestralidade da bruxa, do poder feminino, do trato com a natureza e do arquétipo materno nutritivo, curativo e amoroso – fatores necessários ao mundo educacional. As mulheres, indivíduas protagonistas dessa pesquisa, benzem, driblam as adversidades pela simpatia, e ganham o pão da vida a partir da artesania que lhes salta as mãos. Porém, mais ainda, ecoa pela comunidade a cura do mundo pelo olhar sensível, de um modo de vida que se atualiza em geração pela Educação Simbólica. Para esse estudo, a metodologia utilizada para a produção das fontes teve como aporte a (Auto)Biografia e Narrativas (ABRAHÃO; PASSEGGI, 2012; DELORY-MOMBERGER, 2012) e a Autoetnografia (CLIFFORD, 2002; SANTOS, 2017; e VERSIANI, 2002). No que tange a teoria que baliza a tese, encontramos nos estudos do Imaginário e na Fenomenologia das Religiões e Religiosidades as principais bases, principalmente com, respectivamente, Gilbert Durand (1988; 1995; 2012), ao abordar a imagem, o trajeto antropológico e próprio imaginário; e Mircea Eliade (2013; 2002; 1999; e 1991), na comparação cultural das expressões hierofânicas (aparições do sagrado) e da face a-história da nossa espécie. A tese encontra berço no Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Imaginário, Educação e Memória (GEPIEM), na Faculdade de Educação (FaE) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). |