A Educação Simbólica na Cantoria de Santinho em Povo Novo/RS: a musicalidade e a noite regendo o rito.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Borges, Alexandre da Silva
Orientador(a): Peres, Lúcia Maria Vaz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7765
Resumo: Este trabalho foi desenvolvido no Programa de Pós Graduação em Educação da Faculdade de Educação da UFPel, no Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Imaginário, Educação e Memória (GEPIEM), e financiado pela CAPES. A dissertação trata sobre os processos culturais e formativos do festejo rural e religioso denominado Cantoria de Santinho, prática ainda existente pelo Terno de Santos do Povo Novo/RS. Buscando os elementos simbólicos emergentes dos versos desta Cantoria, desvelou-se um tipo de educação, que foge os muros escolares e dá à festa um papel formativo. Porém, esta formação é específica, trata-se de uma Educação Simbólica instituída culturalmente na localidade do Povo Novo. Para a tecedura desta dissertação, a pesquisa contou principalmente com a Teoria do Imaginário, fundamentada pelo antropólogo francês Gilbert Durand, e com a História das Religiões, por meio do historiador romeno Mircea Eliade. A metodologia utilizada para a coleta dos dados foi a Observação Direta (modelo de impregnação), com o apoio do registro em áudio e fotografia. A análise dos dados se deu pela Convergência Simbólica (DURAND, 2012) e com a comparação fenomenológica dos exemplos culturais e religiosos, principalmente amparado por Mircea Eliade e o conceito de hierofania (aparição do sagrado). Percebeu-se que o mestre do Terno de Santos aciona símbolos em sua cantoria, como a escada de flores, os galos cantando (pregnantes de um contexto religioso, festivo e rural). Esses símbolos, repetidos pelos devotos, compõe o Imaginário não apenas da comunidade pongondó, mas como de toda a cultura humana, já que tais símbolos se entrecruzam na atemporalidade e (a)espacialidade, numa comunhão entre homens e mulheres pongondós e o Homem Ancestral. Conclui-se que a recorrência cíclica da festividade e a anual manutenção/permanência do último Terno de Santos do Povo Novo se dá pelo rito, o qual cumpre seu papel formador na vida daqueles que somam-se à manifestação festiva/religiosa, por vias de uma Educação Simbólica: uma formação cultural, humana e sensível.