Espaço dos vivos, espaço dos mortos: transformações das atitudes perante a morte na cidade do Rio Grande/RS do século XIX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Nunes, Douglas da Silva
Orientador(a): Tavares, Mauro Dillmann
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9228
Resumo: Este trabalho tem por objetivo estudar os processos de ocupação e alterações nas localizações dos cemitérios no espaço urbano e nos modos de enterramentos decorrentes de novas atividades perante a morte na cidade do Rio Grande, Rio Grande do Sul. O recorte temporal está na segunda metade do século XIX, momento de aplicação de novos saberes médico-higiênicos e de eclosão de epidemias como o Cólera. Nesse momento, os sepultamentos já não ocorriam nas igrejas, mas no cemitério do Bonfim. Em 1855, entretanto, foi inaugurado às pressas o novo cemitério público, extramuros, visando a receber as vítimas da epidemia de Cólera. Este cemitério, gerenciado pela Santa Casa de Misericórdia, foi a resposta que as autoridades encontraram para acalmar os ânimos de alguns segmentos sociais e da imprensa que constatavam ser o antigo cemitério do Bomfim um local de ares pestilentos (miasmas). Nos séculos XVIII e XIX o conhecimento científico a respeito dos ares influenciou os médicos e as medidas sanitárias sobre as cidades brasileiras. Estas deveriam obedecer a uma lógica de sanitização do ar e de locais de acúmulo e estagnação, inclusos os cemitérios. Em Rio Grande, primeiro o sanitarismo atuou na limpeza das igrejas, eliminando os enterros no seu interior ou ao seu redor, para depois mirar-se o cemitério do Bomfim, que se encontrava próximo ao centro da cidade, e, por fim, no cemitério extramuros.