Investigação do papel preventivo do ácido tânico frente ao modelo de Transtorno Depressivo Maior induzido por lipopolissacarídeo em camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Luduvico, Karina Pereira
Orientador(a): Stefanello, Francieli Moro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Bioprospecção
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/11309
Resumo: O Transtorno Depressivo Maior (TDM) é uma enfermidade neuropsiquiátrica multifatorial muito comum, que atualmente acomete cerca de 350 milhões de pessoas no mundo. Existem diferentes hipóteses acerca da fisiopatologia desse transtorno, sendo uma delas referente ao estresse oxidativo. Sabe-se que a sinalização redox desregulada é crucial na fisiopatologia e na neuroprogressão dessa doença. O ácido tânico (AT) é um polifenol produzido pelo metabolismo secundário de plantas e faz parte do grupo dos taninos hidrolisáveis. Os taninos são substâncias fenólicas que apresentam diversas atividades farmacológicas, dentre elas destacam-se atividades antimutagênica, anticarcinogênica e antioxidante. Considerando o exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito antidepressivo e antioxidante do AT em um modelo animal de depressão induzido por lipopolissacarídeo (LPS). Para isso, os camundongos receberam água ou AT (30 mg/kg ou 60 mg/kg) por via intragástrica durante 7 dias, sendo realizada a administração de LPS (830 µg/kg) no último dia de tratamento. Após 24 horas, os animais foram submetidos ao teste do nado forçado (TNF), teste do campo aberto (TCA), teste de suspensão da cauda (TSC) e teste de borrifagem por sacarose (TBS), e eutanasiados para remoção das estruturas cerebrais e posterior avaliação de parâmetros bioquímicos. A endotoxina induziu um comportamento tipo-depressivo nos animais, o qual foi atenuado pela administração prévia de AT. No córtex cerebral, hipocampo e estriado, o LPS aumentou a peroxidação lipídica e a produção de espécies reativas de oxigênio, parâmetros que também foram prevenidos pela administração de AT. Esse composto fenólico também preveniu uma diminuição da atividade da catalase no estriado. Além disso, o LPS aumentou os níveis de TNF-α em todas as estruturas cerebrais, e o aumento foi prevenido apenas no córtex cerebral pelo tratamento com AT. Em conclusão, o AT demonstrou propriedades neuroprotetoras, com efeitos antioxidante, anti-inflamatório e antidepressivo em modelo animal agudo de TDM. Portanto, esse composto poderia fornecer uma abordagem alternativa para a prevenção e/ou tratamento dessa patologia.