#BODYPOSITIVE, mas nem tão “POSITIVE” assim: A discursivização do corpo no Instagram

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Leticia Ribeiro, Schinestsck
Orientador(a): Recuero, Raquel da Cunha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Centro de Letras e Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7463
Resumo: A presente tese tem o objetivo de observar como se dá a discursivização do corpo no Instagram a partir do uso da hashtag #BODYPOSITIVE, isto é, corpo positivo, em duas postagens específicas. Muito mais do que falar das representações do corpo em na internet, é preciso compreender a dimensão e importância que este assunto pode ter no tecido social e quais podem ser os impactos e as influências de todo esse mecanismo de construção, discursivização e representação do corpo nesse ambiente. Afinal, trata-se de uma mídia social que comprovadamente superou os danos causados pela publicidade tradicional de televisão e revistas, assumindo a liderança no ranking dos mais nocivos à saúde mental. Observa-se o Instagram como um ambiente para discursivização do corpo e que, agora, não diz respeito a apenas um padrão dominante. Ao contrário, permite que os mais diversos tipos de corpos tenham oportunidade de ser representados e tenham sua existência legitimada – ou não -, mesmo que nem sempre respeitada, no interior das conversações. Identifica-se valores que envolvem a representação de cada sujeito e a articulação das relações em torno de certo tipo corporal: o que está fora do padrão normatizado, mas que, “apesar” disso, é e deve ser reconhecido como positivo. A discursivização do corpo acontece em todos os níveis da CMDA, o que indica a capacidade que os usuários têm de construírem sentidos no contexto que estão inseridos e com os instrumentos oferecidos. O produto dessa elaboração, isto é, cada escolha feita para discursivizar o corpo, é o que fornece pistas para entender como o corpo pode ser representado nessas mídias sociais que participam ativamente, e cada vez mais, do dia a dia do sujeito do século XXI. A #BODYPOSITIVE carrega seu subentendido body negative. Isso quer dizer que ao utilizá-la na composição de uma publicação, o usuário está validando essa ideia que, por ser sutil e não-dita, muitas vezes não é percebida ou levada em consideração. A discursivização do corpo pela #BODYPOSITIVE parece portar em sua essência uma carga de violência simbólica, já que situa o corpo em uma lógica dual de positivo e negativo, viabilizando, portanto, a criação de relações desiguais entre os usuários.