Fábrica Digital de subjetividades Body Positive: uma análise dos perfis no Instagram
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20835 |
Resumo: | A presença massiva das redes sociais nos impõe a reflexão sobre os efeitos coletivos que a tecnologia vem imprimindo em nossa sociedade, nos corpos e nas subjetividades contemporâneas. Para esse estudo de caráter qualitativo, o Instagram foi selecionado como ambiente de pesquisa por se tratar de uma rede social cujo objetivo é o compartilhamento de imagens. A partir dos conceitos de Michael Foucault, a imagem torna-se um discurso, e os discursos tem função de ordem e controle. Considerando que a percepção sobre os corpos é influenciada pelas redes sociais, este trabalho analisa o movimento Body Positive (BoPo) a partir de perfis do Instagram ligados a esse movimento. Os princípios do BoPo são inerentes à elaboração de uma nova cultura do corpo e propõe a exposição dos corpos como eles são, promovendo a autoaceitação corporal e a representatividade de outras formas corporais. Foram selecionados três perfis de influenciadores digitais de acordo com a indicação em comum de sites/blogs em uma plataforma de pesquisa online. A partir da análise das imagens de cada perfil postadas no período de 30 dias, pode-se identificar como as estratégias de poder incidem sobre os corpos no mundo conectado, tendo em vista que, numa perspectiva foucaultiana, uma das características do poder é sua capilaridade e sua capacidade de abranger formas sutis de influência e controle dos corpos. Por meio deste percurso, observou-se que os modos de produção de subjetividades no contexto da sociedade neoliberal são explícitos nas redes sociais, dominando cada vez mais o cotidiano dos indivíduos. Nesse sentido, alguns perfis são verdadeiras vitrines das causas que defendem e justificam-se pela ampliação do efeito subjetivo de libertação das exigências sociais que prometem entregar por meio de suas ofertas. Por outro lado, os cursos, serviços de maquiagem, roupas e objetos que os perfis associam à causa defendida tem como efeito final a ampliação de um mercado consumidor característico da economia capitalista que, inevitavelmente, leva a um relativo enriquecimento das protagonistas dos perfis estudados. Essa manipulação que se capilariza dia a dia nas redes sociais produz uma conversão dos valores individuais com os quais os seguidores se identificam, contribuindo para a fabricação de uma individualidade peculiar, com comportamentos e desejos igualmente peculiares subsumidos ao consumo e ao mercado. |