Efeitos farmacológicos de extrato de mirtilo (V. virgatum) em modelo animal de síndrome metabólica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Oliveira, Pathise Souto
Orientador(a): Stefanello, Francieli Moro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Bioprospecção
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/10679
Resumo: A síndrome metabólica (SM) é caracterizada por uma combinação de fatores de risco cardiovascular que incluem hiperglicemia, resistência à insulina, obesidade visceral, dislipidemia e hipertensão. Estudos sugerem que a elevada ingestão energética pode ocasionar aumento na produção de espécies reativas de oxigênio (ERO), que tem sido diretamente relacionado com as complicações da SM e com o desenvolvimento de doenças neurológicas e distúrbios neuropsiquiátricos. Estudos epidemiológicos revelam que compostos bioativos presentes no mirtilo (Vaccinium virgatum) apresentam importantes efeitos benéficos para alterações presentes na SM. Desta forma, o presente estudo teve como objetivo availar os efeitos do consumo de extrato de fruto de Vaccinium virgatum sobre parâmetros metabólicos, comportamentais e de estresse oxidativo em hipocampo e córtex cerebral de animais submetidos ao modelo experimental de SM induzido por uma dieta hiperpalatável (DHP). Os camundongos C57/BL6 foram divididos em 4 grupos experimentais: grupo (1) recebeu ração padrão e solução salina por gavagem, grupo (2) ração padrão e extrato hidroacoólico de mirtilo (200 mg/kg) por gavagem, grupo (3) DHP e solução salina por gavagem, e o grupo (4) DHP e extrato de mirtilo (200 mg/kg) por gavagem. Os animais foram tratados durante 150 dias. Nossos resultados mostraram que os animais submetidos à DHP apresentaram resistência à insulina, aumento significativo do peso corporal, gordura visceral, glicose, triglicerídeos e colesterol total quando comparados ao grupo controle. No entanto, o extrato de mirtilo reduziu esses parâmetros metabólicos nos animais submetidos à DHP. Da mesma forma, o extrato de mirtilo foi capaz de diminuir os níveis das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) em córtex cerebral e hipocampo dos animais submetidos à DHP. Em contraste, não foram observadas diferenças significativas no conteúdo tiólico total, e atividade das enzimas antioxidantes catalase (CAT) e superóxido dismutase (SOD) em nenhum dos grupos testados. Além disto, os animais alimentados com a DHP exibiram um aumento significativo no tempo de imobilidade no teste do nado forçado. Por outro lado, a administração crônica do extrato preveniu esta alteração comportamental. Em contrapartida, não foram observadas modificações significativas no comportamento ambulatório, bem como no perfil ansiolítico destes animais. Em conjunto, nossos resultados sugerem que o extrato de mirtilo, administrado cronicamente, apresenta ação hipoglicemiante, anti-dislipidêmica, tipo-antidepressiva e antiperoxidativa em modelo animal de SM.