Lectina quimérica biespecífica: estratégia terapêutica para o câncer de pâncreas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Neis, Alessandra
Orientador(a): Pinto, Luciano da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/15077
Resumo: Células tumorais apresentam glicanos modificados em sua superfície, que não estão presentes em células saudáveis, decorrentes das mutações que afetam o metabolismo celular. As lectinas, proteínas que interagem com carboidratos de forma altamente específica e seletiva, reconhecem os glicanos modificados e induzem a morte celular. Frequentemente, os N-glicanos (como a high mannose) e O-glicanos (como os antígenos T e Tn) modificados estão presentes em diversos tipos de cânceres. Neste estudo, análises de bioinformática e tecnologia do DNA recombinante foram empregados para construir, caracterizar e testar uma lectina quimérica com atividade antitumoral. Esta quimera é constituída de um mutante da lectina de banana (Musa acuminata) e a lectina do cogumelo Xerocomus chrysenteron (XCL) e apresenta afinidade tanto por high mannose quanto pelos antígenos T e Tn. Estudos de docking contribuíram para a análise da afinidade de interação com os ligantes descritos, sendo que a quimera apresentou maior afinidade pelo antígeno T e a high mannose com cinco ramificações. A dinâmica molecular por 100 ns permitiu avaliar a estabilidade da macromolécula, que demonstrou pouca variação nas métricas de RMSD, RMSF e raio de giro na temperatura testada, mantendo também a conformação esperada. Testou-se a produção recombinante da quimera em diferentes cepas, temperaturas e concentrações de agente indutor. A nova proteína de 32 kDa foi produzida em E. coli na cepa Origami e suas porções isoladas foram produzidas na cepa RIL. O protocolo de indução da expressão a 16 °C overnight produziu a maior quantidade da lectina quimérica, sendo solúvel em D-PBS após a diálise. Sua atividade antitumoral foi testada em cultivo celular 2D e 3D em células de câncer de pâncreas CFPAC-1 e demonstrou acentuado efeito antiproliferativo no cultivo 2D, embora sua ação seja reduzida no cultivo 3D. As prováveis vias de ação da lectina quimérica foram avaliadas utilizando marcadores conhecidos de apoptose e autofagia por Western Blotting, revelando que a quimera estimula a morte celular através de um mecanismo distinto daquele apresentado por suas porções isoladas. Este estudo é pioneiro na área de lectinologia e apresenta uma possível terapia antitumoral de amplo espectro derivada de fontes naturais e produzida em grandes quantidades através de expressão recombinante.