Percepção e conhecimento linguístico na aquisição da escrita de alunos bilíngues (pomerano/português).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Blank, Marceli Tessmer
Orientador(a): Miranda, Ana Ruth Moresco
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5603
Resumo: O estado do Rio Grande do Sul, ao sul do Brasil, possui várias comunidades de descendentes de imigrantes germânicos que migraram para o Brasil durante o século XIX. Em muitos desses locais, como o município de Arroio do Padre, por exemplo, o pomerano − um dos dialetos do alemão padrão − ainda é utilizado como língua materna (VANDRESEN e CÔRREA, 2006; BANDEIRA, 2010, BLANK, 2013) e as crianças nascidas nessas comunidades não raro possuem o português como segunda língua, a qual, muitas vezes, é falada somente na escola ou em contato com falantes nativos do português. Considerando o contexto linguístico no qual estão inseridos ─ que se difere de um ambiente monolíngue de aquisição da escrita ─ bem como as possíveis relações existentes entre percepção e conhecimento linguístico durante o processo de aquisição da escrita, o objetivo geral desta tese é descrever e analisar a percepção de contrastes fonológicos das obstruintes do português e os erros de escrita de crianças bilíngues (pomerano-português), intermediárias e monolíngues do 1º ao 4º ano do ensino fundamental, a fim de discutir as possíveis diferenças na reorganização do conhecimento fonológico para cada um dos grupos analisados. O estudo baseia-se na análise de testes de percepção e de escrita controlada, realizados em 2018 e aplicados a 143 crianças distribuídas entre escolas dos municípios de Pelotas e Arroio do Padre. Os resultados encontrados apontam para diferenças quanto ao desempenho ortográfico e perceptual tendo em vista os grupos pesquisados. O conhecimento linguístico dos Bilíngues reorganiza-se mais dinamicamente, tornando o desempenho perceptual uma importante via para o desenvolvimento das capacidades metalinguísticas, diferentemente dos Monolíngues, cuja relação entre percepção e escrita não se faz de forma tão direta. Já os Intermediários se constituem como o grupo com mais dificuldades tanto na percepção quanto na escrita justamente por estarem em um ambiente de imprecisão acústica. Entretanto, mesmo se utilizando de estratégias distintas para a reorganização do conhecimento linguístico, todos os grupos apresentam avanços consideráveis no processo de aquisição da escrita ao longo dos anos pesquisados.