Estudo pré-clínico de compostos organocalcogênios como estratégia terapêutica para a toxicidade da oxaliplatina em camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Motta, Ketlyn Pereira da
Orientador(a): Wilhelm, Ethel Antunes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Bioprospecção
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/11312
Resumo: A oxaliplatina (OXA), fármaco quimioterápico amplamente utilizado no tratamento do carcinoma de colorretal, está associado ao desenvolvimento de quadros toxicológicos neurológicos e renais. Neste contexto, esforços foram direcionados para o estudo pré-clínico de compostos organocalcogênios como estratégia terapêutica para a toxicidade da OXA. Inicialmente, foi investigado o potencial terapêutico do 5 - ((4-metoxifenil) tio) benzo [c] [1,2,5] tiodiazol (MTDZ) frente a neuropatia periférica e suas comorbidades em camundongos Swiss machos e fêmeas expostos à OXA. Os animais receberam a OXA (10 mg/kg) por via intraperitoneal, nos dias 0 e 2 do protocolo experimental. A administração oral de MTDZ (1 mg/kg) foi realizada nos dias 2 a 14. A OXA causou prejuízo cognitivo, comportamento do tipo ansioso, hipersensibilidade mecânica e térmica em camundongos, sendo as fêmeas mais suscetíveis à sensibilidade térmica. O MTDZ reverteu a hipersensibilidade, o comprometimento cognitivo e o comportamento do tipo ansioso induzidos pela OXA. A OXA alterou a atividade das bombas iônicas: ATPase total, Na+ K+ - ATPase, Ca2+- ATPase e Mg2+-ATPase e aumentou os níveis de espécies reativas (ER) e a atividade da superóxido dismutase (SOD). O MTDZ foi capaz de regular a homeostase das ATPases totais, Mg2+- ATPase e a atividade da SOD. Os resultados obtidos sugerem que o composto orgânico de enxofre (MTDZ) é promissor para o tratamento da neurotoxicidade induzida pelo quimioterápico OXA. No segundo estudo, a toxicidade renal induzida pela OXA foi avaliada em camundongos machos Swiss. Nesta etapa, a relação entre o dano oxidativo renal induzido pela OXA e o potencial terapêutico do 7-cloro-4-(fenilselanil) quinolina (4-PSQ) foi estudada. Os camundongos receberam a OXA (10 mg / kg) ou veículo por via intraperitoneal (dias 0 e 2). A administração oral de 4-PSQ (1 mg / kg) ou veículo foi realizada nos dias 2 a 14. No dia 15, os animais foram submetidos à eutanásia, e os rins e sangue foram coletados. Os resultados revelaram um aumento nos níveis de ureia e um dano oxidativo renal significativo em camundongos expostos à OXA. A exposição ao quimioterápico aumentou a atividade das enzimas SOD, glutationa peroxidase (GPx) e glutationa-S transferase (GST). A OXA causou uma redução nos níveis de tióis não-proteicos (NPSH) e a inibição da atividade das enzimas catalase (CAT) e glutationa redutase (GR). A atividade das enzimas Na+ K+ ATPase e δ-aminolevulinato desidratase (δ-ALA-D) foram inibidas pela OXA. O 4-PSQ diminuiu os níveis de ureia plasmática e o dano oxidativo renal induzidos pela OXA. As atividades de SOD, GPx, CAT, GR e Na+ K+- ATPase foram restauradas pelo 4-PSQ. O conjunto de dados obtidos sugere que o 4-PSQ reduz o dano renal induzido pela OXA em camundongos, possivelmente devido ao seu potencial antioxidante. Baseado nos resultados obtidos, pode-se concluir que o 4-PSQ e o MTDZ são moléculas promissoras para o tratamento da toxicidade induzida pela OXA.