Ensino de química: um estudo de caso acerca das estratégias didáticas usadas com alunos deficientes visuais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Souza, Eduarda Vieira de
Orientador(a): Pastoriza, Bruno dos Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Química
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14660
Resumo: O movimento de inclusão no âmbito educacional, em grande parte do sistema, apresenta fragilidades, que muito têm relação com a forma como se define e entende essa ação. Em suma, incluir pode ter relação com a oportunidade de acesso, mas, na prática, o ato de incluir alguém ganha significados mais abrangentes e está principalmente relacionado com a participação, o respeito, equidade e sobretudo em aceitar as diferenças. Sobre esta perspectiva, a proposta do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) se constitui como uma abordagem, pautada nos estudos neurocientíficos, que embora não esteja única e exclusivamente associada ao movimento de inclusão, encontra-se como uma oportunidade potencializadora para este movimento. Isso pois, seu principal objetivo busca oferecer acesso e oportunidade de aprendizagem e de uma educação de qualidade para todas as pessoas, considerando a diversidade humana, seus ritmos e ações na ação de aprender. Frente a este cenário a presente pesquisa se propôs a identificar e avaliar as possibilidades e contribuições das estratégias utilizadas no processo de ensino e aprendizagem na disciplina de Química a partir do contexto de uma escola especializada para alunos deficientes visuais e o departamento de atendimento educacional especializado, sendo esta escola e o departamento o campo de coleta de dados. Considerando que em termos de práticas no processo de ensino a área da Química pode ser bastante excludente, levando em conta que utiliza em grande parte de recursos e modelos visuais. Portanto, buscou-se analisar essas práticas a partir do contexto de dois alunos, deficientes visuais, que frequentam a escola especializada como um apoio à escola comum, e, com base neles, relacionar as estratégias utilizadas e produzidos neste espaço, com a abordagem DUA, tentando atender suas necessidades educativas, mas também planejando meios que pudessem oportunizar sua participação em espaços heterogêneos. Portanto, a proposta do DUA não foi desenvolvida no espaço especializado (pois este não é seu intuito), mas sim relacionada com os materiais e estratégias planejadas nos apoios, de modo que pudessem também ser usadas no espaço comum. Como resultado principal deste estudo, percebeu-se que a forma como exercitamos nossos estímulos são fundamentais para o ritmo e as ações no processo de aprendizagem. Mas em um sentido mais específico em termos dos participantes, percebeu-se que ambos os alunos, embora fizessem parte de um mesmo perfil de alunos apoiados pelas políticas de Educação Especial, tinham estilos e ritmos diferentes no processo de aprendizagem, mas também evidenciavam tendências em termos de estratégias sensoriais. Para além disso, constatou-se a importância do ensino colaborativo, entre escola comum e a escola especializada, tanto no que se refere ao desenvolvimento escolar desses sujeitos, quanto ao que se refere às questões sociais e, especialmente, de inclusão.