Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Weizenmann, Mateus |
Orientador(a): |
Santos, Robinson dos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
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Departamento: |
Instituto de Filosofia, Sociologia e Política
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5042
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Resumo: |
O presente trabalho visa traçar o diagnóstico de Foucault sobre a constituição objetiva do sujeito moderno, em seu entender erigido como efeito da mútua implicação entre o poder disciplinar e os saberes antropológicos que emergem em paralelo ao discurso iluminista. A questão oferece uma visão alternativa à elucubração da verdade como tema candente, à medida que embota o estatuto do sujeito doador de sentido, núcleo central do conhecimento validado desde fins do século XVIII. Com Foucault a própria noção de verdade é substituída pela composição de discursos contingentes situados na trama histórica, que projetam o verdadeiro e o falso no terreno do conhecimento. Esta disposição é coerente a uma historiografia alheia ao modelo antropológico que pretende colocar em marcha com sua arqueologia e genealogia. No conjunto de seus escritos, a relação que estabelece entre poder e saber com a formação do sujeito se dá tanto como objetivação, quanto sob a forma da subjetivação, uma versando sobre a construção desde um ponto exterior e a outra através de uma elaboração como prática de si. Esta pesquisa se reserva a uma digressão imanente aos conteúdos de formação que incidem exteriormente sobre o homem para constituí-lo na modernidade como sujeito, cuja forma é a do indivíduo dócil, útil e produtivo. Este caminho lhe confere o significado do sujeito como sujeitado, um autômato contraposto ao sujeito transcendental creditado à filosofia de Kant. Para a consecução deste trabalho é discutida a reposição de um tribunal da verdade que demonstra os limites traçados por Foucault aos temas antropológicos, o que imputa a consciência produtora de outrora à condição de produto. Faz-se igualmente o percurso de Foucault enquanto arqueólogo dos saberes que constituíram simultaneamente o homem como seu objeto e sujeito, e do genealogista que investiga a mecânica do poder em sua licenciosa relação com o conhecimento, para definir as condições objetivas que fabricaram o sujeito na leitura que o francês faz da modernidade. O resultado decorre da leitura da obra de Foucault, sobretudo de seus escritos entre 1961 e 1976, e dos comentadores, em especial Gilles Deleuze, Paul Veyne, Hubert Dreyfus, Paul Rabinow, Roberto Machado, César Candiotto e Jürgen Habermas. |