Estratégias para reduzir o envelhecimento ovariano em modelos animais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Saccon, Tatiana Dandolini
Orientador(a): Barros, Carlos Castilho de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia
Departamento: Centro de Desenvolvimento Tecnológico
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8868
Resumo: O envelhecimento ovariano pode ser definido como um esgotamento da reserva folicular ovariana associada a uma diminuição progressiva da fertilidade conforme as fêmeas envelhecem. A reserva ovariana é constituída, principalmente do conjunto de folículos primordiais que permanecem quiescentes até serem recrutados. O eixo somatotrópico, constituído pelo hormônio do crescimento (GH) e fator de crescimento semelhante a insulina (IGF-I), é essencial para o crescimento somático e determinação do tamanho corporal adulto e desempenham funções reguladoras na reprodução. Além disso, o eixo GH/IGF-I aumenta a sensibilidade de ovários para gonadotropinas e, assim, aumenta a estimulação e o desenvolvimento folicular. Quebras de fitas duplas de DNA são um dos principais tipos de danos de DNA que ocorre em células. Oócitos de mamíferos permanecem presos na prófase I da meiose por um período prolongado, até várias décadas em algumas espécies, incluindo os seres humanos, o qual favorece o acúmulo de danos de DNA, e com isso reduzindo a qualidade oocitária. Em adição ao dano de DNA, inflamação também aumenta com a idade e pode afetar negativamente a fertilidade. Por estes motivos, o objetivo do estudo foi avaliar reserva ovariana e qualidade de oócitos em camundongos Ames dwarf (df/df) deficientes em GH, camundongos bGH que superexpressam GH e macacos Rhesus submetidos a restrição calórica (RC) na vida adulta. Ovários de camundongos df/df de 6 meses e 18 meses, bGH e macacos Rhesus submetidos a RC foram utilizados, sendo que df/df de 18 meses foram submetidos ao tratamento de GH exógeno. Número de folículos foi avaliado em camundongos df/df de 6 meses. Dano de DNA (anti- γH2AX e contagem de macrófagos foi realizada por imunofluorescência. Número de células da granulosa de folículos primordiais e primários foram estimados. Camundongos df/df com 6 meses apresentaram uma maior reserva ovariana, indicado pela maior quantidade de folículos primordiais. Camundongos df/df de 6 meses e 18 meses, e de macacos submetidos a RC apresentaram oócitos e células da granulosa mais saudáveis em folículos primordiais e primários, indicado pela menor quantidade de quebras duplas no DNA (DSBs). Apresentaram um menor número de macrófagos no ovário de camundongos df/df, sendo que, o tratamento com GH exógeno em df/df de 18 meses foi capaz de aumentar as DSBs e a infiltração de macrófagos. Por outro lado, camundongos bGH apresentaram uma maior quantidade de DSBs em oócitos e células da granulosa de folículos primordiais e primários, além de uma maior infiltração de macrófagos. Em conclusão, podemos observar que o eixo GH/IGF-I está associado ao envelhecimento ovariano, demostrado pela presença de danos de DNA e infiltração de macrófagos. Além disso, a restrição calórica em macacos Rhesus, previne danos no DNA de oócitos e de células da granulosa em folículos primordiais e primários, demostrando o benefício da restrição calórica na qualidade oocitária durante o envelhecimento.