Impacto da instalação de próteses dentárias na qualidade de vida relacionada à saúde bucal em idosos de um município do Sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Moraes, Mayara dos Santos
Orientador(a): Silva, Alexandre Emidio Ribeiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Departamento: Faculdade de Odontologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4598
Resumo: Apesar da diminuição global da taxa de edentulismo, o número de indivíduos edêntulos atingindo idades avançadas continua alto. A prótese dentária é um recurso que possibilita melhorar aspectos funcionais e psicológicos do idoso decorrente das perdas dentárias, interferindo diretamente em sua qualidade de vida. Diante dessa realidade, o objetivo do presente estudo foi avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde bucal de idosos cadastrados em unidades de saúde da família de Pelotas – RS medida pelo OHIP-14 antes e depois da instalação de novas próteses dentárias. Através de um estudo quase experimento com dados longitudinais realizado em 2017, foram avaliados 50 idosos atendidos em Unidades de Saúde da Família da área urbana de Pelotas que participaram de um acompanhamento de saúde bucal realizado em 2015. Um questionário padronizado com perguntas fechadas foi utilizado para obtenção das variáveis sociodemográficas e de qualidade de vida relacionada à saúde bucal (OHIP-14). Foi realizado um exame de saúde bucal por examinadores devidamente treinados e calibrados para obtenção das informações de cárie dentária e uso e necessidade de prótese dentária de acordo com os critérios propostos pela Organização Mundial de Saúde. Antes da instalação de novas próteses dentárias, em 2015 e 2016, os idosos responderam ao questionário padronizado e o OHIP-14, e após um período de aproximadamente 12 a 24 meses, os mesmos questionários foram novamente aplicados aos idosos, assim como o exame de saúde bucal. O desfecho do estudo foi a qualidade de vida relacionada à saúde bucal obtida por meio do Oral Health Impact Profile – OHIP-14. A exposição principal do estudo foi a instalação de novas próteses dentárias após o acompanhamento de saúde bucal de 2015. Foram organizadas três categorias: Grupo 1: idosos que foram identificados com necessidade de prótese dentária em 2015/16 e receberam reabilitação protética; Grupo 2: idosos identificados com necessidade de prótese em 2015/16 e sem reabilitação protética e Grupo 3: idosos sem necessidade de reabilitação protética 2015/16 e realizaram reabilitação protética. Para a realização das análises estatísticas foi utilizado o programa estatístico Stata 12.0. Inicialmente, foram realizadas análises descritivas por meio de frequências absolutas e relativas, médias e desvio padrão. Após foram executadas análises bivariadas utilizando os testes Mann-Whitney e Kruskal Wallis com nível de significância de 5% para os escores do OHIP-14 total e dos seus domínios obtidos no acompanhamento de 2015 e do presente estudo. Foi observado um aumento do escore total do OHIP-14 e dos domínios Limitação Funcional, Desconforto Físico, Desconforto Psicológico, Incapacidade Física, Incapacidade Psicológica, Desvantagem Social após a reabilitação protética, apesar dessa diferença não ser estatisticamente significativa. Houve diferença estatística entre os 3 grupos no acompanhamento de 2017 para a dimensão Limitação Funcional no item “Você teve problema para pronunciar algumas palavras por causa dos seus dentes, boca ou dentaduras” (p= 0,037) e para a dimensão Dor Física no item “Você teve dor em sua boca” no acompanhamento de 2015 (p=0,004) e 2017 (p=0,003). Por fim, ao compararmos os idosos antes (média= 10,45; desvio padrão= 2,05) e depois (média= 11,05; desvio padrão= 3,07) da instalação das próteses, não foi observado diferença estatística. Os achados do presente estudo indicam que não houve melhoria da qualidade de vida relacionada à saúde bucal dos idosos após o período de 12 a 24 meses da reabilitação protética.