Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Fonseca, Leandra Ribeiro |
Orientador(a): |
Rubert, Rosane Aparecida |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Antropologia
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/6906
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Resumo: |
Esse trabalho se apoia em uma pesquisa etnográfica que teve por objetivo recompor a trajetória de mulheres negras rurais quilombolas de diferentes municípios da região sul do Rio Grande do Sul (Pelotas, Canguçu, Piratini e São Lourenço do Sul), assim como compreender o significado do autorreconhecimento como quilombola nas suas construções de gênero, que impactos e alterações isso produz nas formas de se pensar os papéis e protagonismos femininos dentro dessas comunidades, considerando que várias mulheres que colaboraram com a pesquisa são lideranças políticas. À perspectiva etnográfica incorporei a auto-etnografia, por ser integrante de uma comunidade quilombola, trazendo para o trabalho aspectos da minha trajetória e de mulheres do meu grupo familiar. As colaboradoras da pesquisa fazem parte de diferentes gerações, permitindo compreender em que medida percepções e padrões de comportamento se alteraram com o tempo. Partindo da perspectiva da feminismo negro e da intersecionalidade, abordo a relação das interlocutoras com as formas de sobrevivência, sua inserção nos processos de trabalho rural e não-rural e o enfrentamento de precárias condições de vida. Prossigo abordando como identidades de gênero são construídas no cotidiano desde a infância, por meio de brincadeiras, avançando para a adolescência e juventude, com a iniciação na vida afetiva e os respectivas padrões de moralidade que regravam os comportamentos. Às suas próprias percepções sobre a questão de gênero e o contexto machista em que foram criadas, somam-se as experiências de racismo. Finalizo apontando as formas de enfrentamento às adversidades e construção de espaços de protagonismo, por meio do cultivo e transmissão de saberes relacionados ao cuidado com a saúde e com a continuidade da vida; suas experiências como lideranças comunitárias e políticas e o significado da conquista das possibilidades de educação, destacando-se o acesso à universidade como uma nova alternativa para a concretização de sonhos e de novos projetos de vida. Pretendo que esse trabalho mostre a potência a coragem dessas mulheres, nas suas mais variadas formas de saberes e protagonismos, a importância que assumem na transformação da realidade de suas comunidades e outros espaços sociais. |