Entre valos e vêdos: territorialidades de permanência dos sujeitos das comunidades tradicionais rurais da Estrada da Lomba – Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pereira, Renato lattes
Orientador(a): Floriani, Nicolas lattes
Banca de defesa: Nabozny , Almir lattes, Fraga, Nilson Cesar, Hauresko, Cecilia, Fajardo, Sergio lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação Doutorado em Geografia
Departamento: Departamento de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3768
Resumo: Os pequenos roçados, as hortas, os quintais e o criadouro comunitário constituem referenciais simbólico-materiais dos agrupamentos comunitários tradicionais da Estrada da Lomba, Paraná. A Estrada da Lomba é reivindicada como marcador ‘(trans)territorial’ à medida que é acionada nas mobilizações e trânsito das vivências cotidianas. As terras tradicionalmente ocupadas como uma garantia da Constituição Federal de 1988 constituiu um preceito jurídico para a legitimação de territorialidades etnicamente construídas e foi o ponto de partida para a pesquisa na Comunidade Remanescente Quilombola de Palmital dos Pretos. No entanto, as imbricações vislumbradas por relações de permanência e o compartilhamento, em um passado recente, da organização, apropriação e uso da terra comum, aos moldes do sistema faxinal, conduziram a pesquisa para Sete Saltos de Cima, uma Comunidade Negra Tradicional e para o Faxinal Sete Saltos de Baixo, na intersecção entre o quilombo e a comunidade negra. De que maneira o quilombo, a comunidade negra tradicional e o faxinal se entrelaçam e experienciam territorialidades que perduram ao longo do tempo e do espaço? As territorialidades de permanência estão para os saberes fazeres assim como ao acesso aos recursos simbólicos e materiais para a sustentação dos modos de viver e de habitar, como o uso dos valos e vêdos para a manutenção do sistema de criação de animais a solta, os carreiros de lenha, caminhos ancestrais, na agricultura de base ancestral, nos rituais de cura e de acesso ao sagrado. A coleta dos dados em campo seguiu a aplicabilidade pela relação direta do pesquisador observador com os interlocutores no ambiente e cenário cultural onde se desenvolveu a interação, ao participar, escutar e questionar os aspectos apresentados de sua vida social. As territorialidades dos sujeitos de Palmital dos Pretos, de Sete Saltos de Cima e de Sete Saltos de Baixo, conduziram seus modos de vida por gerações. Pelas territorialidades, os sujeitos constituem imbricação das trajetórias-até-agora. Não foi a teoria que construiu reflexões sobre os sujeitos, mas a convivência com eles permitiu considerar que seus modos de viver e de habitar representam formas autênticas de coexistência coletiva. Reconhece-se assim, os referenciais e vínculos pelos conhecimentos e saberes-fazeres em territorialidades de permanência na Estrada da Lomba.