Biodiversidade e contaminação por mercúrio de elasmobrânquios da costa de Pernambuco
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33105 |
Resumo: | Algumas regiões costeiras de Pernambuco têm alto valor ecológico. Essas áreas abrigam uma grande biodiversidade de peixes cartilaginosos. O litoral também possui a maior densidade populacional do Estado, levando à poluição ambiental por várias fontes antropogênicas, como industrialização, descarte irregular de residuos sólidos, dentre outras. Essas atividades aumentam a disponibilidade de poluentes no ambiente. O mercúrio (Hg) é um metal pesado altamente tóxico que bioacumula e biomagnifica na cadeia alimentar. Os objetivos deste trabalho são: identificar espécies de elasmobrânquios que ocorrem na costa de Pernambuco evidenciando como usam esse ambiente e avaliar os níveis de contaminação por mercúrio nas espécies Rhizoprionodon porosus e Hypanus guttatus), abundantes na região e que fazem parte da pesca local e do consumo humano. Através de revisão bibliográfica, foi criada uma lista de ocorrência com as espécies de tubarões e raias costeiras que ocorrem na costa de Pernambuco, relacionando-as com os habitats conhecidos no Estado. Posteriormente, foram adicionadas informações sobre o grau de ameaça de extinção em níveis nacional e internacional. De novembro de 2014 a junho de 2018, 24 indivíduios de cada espécie foram adquiridos em desembarque pesqueiro no litoral norte de Pernambuco e área metropolitana de Recife. Sexo, comprimento e peso de cada indivíduo foram registrados e amostras de músculo foram liofilizadas para posterior análise da concentração total de mercúrio por espectrometria de absorção atômica com geração de vapor a frio. Segundo a revisão bibliográfica, 20 espécies de elasmobrânquios costeiros ocorrem em Pernambuco e usam regularmente os habitats da região. 20% dessas espécies estão criticamente ameaçadas no Brasil e 35% não são categorizadas devido à ausência de dados. Outras espécies podem ocorrer e utilizar essas áreas, apesar de não terem sido citadas em estudos anteriores, uma vez que a pesquisa sobre a elasmofauna da região é escassa. Pesquisas com intuito de inventariar a fauna marinha de Pernambuco são necessárias para: (1) manejar e conservar essas espécies, principalmente as criticamente ameaçadas de extinção; (2) conhecer sua biologia; (3) identificar áreas prioritárias para conservação; e (4) eleger espécies biomonitoras e/ou bioindicadoras de poluição. Segundo os resultados de Hg, a concentração média em R. porosus foi 812 ng.g⁻¹ peso seco (p.s.) e em H. gutattus,foi 4.219 ng.g⁻¹ p.s. Não houve diferença significativa entre os locais de captura e as concentração de mercúrio em R. porosus, mas houve diferenças em H. gutattus. A idade média de R. porosus e H. gutattus foi 1 e 5 anos, respectivamente. Houve correlações significativas entre idade e concentração de Hg nas espécies, com maiores valores encontrados em indivíduos mais velhos. Além das influências biométricas, as concentrações de Hg em músculo refletem a contaminação ambiental em escala regional, sendo superiores às concentrações relatadas para as mesmas espécies em outras localidades da costa brasileira. Provavelmente, isso é uma consequência da fábrica de cloro e soda cáustica que foi instalada próximo ao Canal de Santa Cruz na década de 1960. Tal fábrica despejou na bacia hidrográfica rejeitos contendo mercúrio inorgânico por 25 anos. |