Impacto da expansão agrícola sobre a produtividade primária da Floresta Atlântica nordestina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SOUSA, Jakelyne Suélen Bezerra de
Orientador(a): SANTOS, Bráulio Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Vegetal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32091
Resumo: A expansão da agricultura de larga escala tem mudado a estrutura da paisagem de florestas tropicais e colocado em risco a provisão dos serviços ecossistêmicos. No entanto, pouco se sabe como essas mudanças podem afetar serviços intermediários como a Produtividade Primária (PP), sobretudo em antigas fronteiras agrícolas. Em uma região produtora de cana de açúcar na Floresta Atlântica nordestina, investigamos o efeito da composição e configuração da paisagem sobre a PP da floresta remanescente e cultivos agrícolas, bem como da paisagem como um todo e sua variabilidade espacial. Através de imagens de satélite dos anos de 2011 a 2016, amostramos 120 paisagens de 1 km² durante as estações chuvosa e seca. Em cada paisagem, mensuramos a porcentagem de cultivos (medidas de composição), a densidade de borda e o número de manchas florestais (medidas de configuração). Como proxies da PP, estimamos o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) e o Índice de Vegetação Melhorado (EVI) da floresta, das áreas de cultivos e da paisagem como um todo. O NDVI e EVI da paisagem foram influenciados negativamente pela porcentagem de cultivos em ambas as estações, mas foram pouco influenciados pela densidade de borda e número de manchas florestais. Separadamente, o NDVI da floresta e dos cultivos, foi negativamente influenciado pela porcentagem de cultivos da paisagem, sugerindo sinergia entre produção e conservação florestal. A variabilidade espacial do NDVI e EVI não foi influenciada pela estrutura da paisagem em nenhuma das estações. Em antigas fronteiras agrícolas fragmentadas, para a PP a composição da paisagem é mais importante do que a configuração, deixando clara a importância de conservar todos os fragmentos da floresta. A sinergia entre a produção agrícola e a conservação florestal é um caminho indispensável para compensar os passivos ambientais da extensiva e antiga produção de cana-de-açúcar em florestas tropicais.