Organização de assembleias de plântulas lenhosas ao longo de gradientes ambientais em uma floresta tropical sazonalmente seca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: VANDERLEI, Renato Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Biologia Vegetal
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39618
Resumo: O recrutamento de plântulas representa um gargalo demográfico para comunidades arbóreas. Fatores bióticos (predação, competição, danos físicos) e abióticos (disponibilidade hídrica, temperatura, luminosidade) influenciam a organização de assembleias de plântulas lenhosas. Em florestas tropicais sazonalmente secas (FTSS), diferentes pressões relacionadas a sazonalidade e perturbações antrópicas crônicas (PAC) afetam mecanismos de regeneração natural e acúmulo de biomassa acima do solo. Plântulas são altamente suscetíveis a fatores de estresse, e pouco se sabe sobre as forças que controlam a estruturação das suas assembleias, uma informação crucial para inferências sobre a composição arbórea futura frente a previsões de mudanças climáticas. Foi testada a hipótese de que assembleias de plântulas lenhosas são mais diversas funcional e taxonomicamente quanto maior a disponibilidade hídrica e biomassa acima do solo e menor efeito de PAC, analisando também os efeitos de correlação espacial utilizando PCNM (coordenadas principais de matrizes vizinhas). A hipótese foi testada na Caatinga Brasileira amostrando todas as plântulas lenhosas com altura ≤ 50 cm encontradas em dezenove parcelas de 0.1 ha distribuídas em gradientes de precipitação e PAC, em três períodos de coleta. Foram mensurados seis atributos funcionais que refletem economia foliar em cada indivíduo e extraídos dados de outros três sobre a capacidade de dispersão e sobrevivência em bases de dados. Modelos foram gerados para aferir a relação entre precipitação, PAC, biomassa, coletas e PCNM e a composição e diversidade taxonômicas e funcionais. Posteriormente as correlações entre os atributos foram exploradas. Foram amostrados 546 indivíduos de 37 espécies. Dez espécies compõem aproximadamente 80% da abundância total. Foi observada baixa densidade de plântulas, sendo aproximadamente 1 plântula a cada 100 m². A precipitação, biomassa e PCNM influenciaram a composição taxonômica, enquanto precipitação afetou positivamente a riqueza e abundância de espécies. Nas análises funcionais, o período de coleta, precipitação, biomassa e PCNM apresentaram forte efeito na composição funcional (em respectiva ordem de poder de explicação). Observamos alta variação dos atributos entre indivíduos e no nível de comunidade, e também entre períodos de coleta. Ainda, foi observada menor diversidade funcional com maior disponibilidade hídrica. Nossos achados sugerem que a Caatinga suporta assembleias de plântulas pouco densas e taxonomicamente pobres, dominadas por um pequeno grupo de espécies capaz de se adaptar a diferentes cenários de precipitação.