Mudança na composição taxonômica e estrutura trófica de formigas ao longo de um gradiente sucessional de Caatinga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: HAEDO, Katherine Bombi
Orientador(a): LEAL, Inara Roberta
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33469
Resumo: As mudanças no uso dos solos reduziram a cobertura dos ecossistemas naturais em todo o globo, tornando a perda e a fragmentação de habitats as principais ameaças à persistência da biodiversidade. Contudo, a porcentagem de áreas degradadas que foram abandonadas e estão em processo de regeneração natural tem aumentado nas últimas décadas, tornando cada vez maior o interesse em se estudar o processo sucessão secundária. Ao longo do processo de sucessão existe um aumento na complexidade ambiental e mudança na quantidade e qualidade de recursos, que pode afetar a diversidade de espécies de artrópodes e mudar a composição e estrutura trófica de suas comunidades. Nessa dissertação nós investigamos se existe uma mudança na estrutura taxonômica e no uso de recursos de comunidades de formigas epigéicas ao longo de um gradiente de sucessão secundária na Caatinga. O estudo foi realizado no Parque Nacional do Catimbau (Buíque, PE) em áreas onde foram plantados milho e feijão e que estão abandonadas de 8 a 54 anos e áreas de floresta madura sem histórico de modificação. Fizemos coletas com seis tipos de iscas que representam nutrientes importantes para as formigas nas estações seca e chuvosa. Usamos como proxy da idade de regeneração a biomassa das parcelas. Também incluímos a precipitação em nossos modelos devido à alta variação nas parcelas estudadas. Coletamos um total de 27 espécies de formigas em todas as parcelas amostradas. Não observamos mudança na riqueza e abundância ao longo do gradiente, mas a composição de espécies foi alterada pela biomassa, precipitação e estação. Observamos um aumento na especialização no uso de recursos das espécies de formigas com o avanço da sucessão, mas somente na estação seca. O consumo de água e aminoácidos foi maior na estação seca, e o de sal aumentou com o aumento da biomassa. O consumo de lipídeos, carboidratos e a mistura de carboidratos e proteínas não mudou ao longo do gradiente sucessional, nem com a precipitação e estação. Esses resultados em conjunto indicam que o processo de sucessão secundária gera mudanças na estruturação das comunidades de formigas, com espécies com hábitos alimentares mais especializados em estágios mais avançados da sucessão. Nosso trabalho traz dados importantes sobre a reorganização de comunidades animais com o avanço da sucessão, além de aportar conhecimento no campo da ecologia nutricional de formigas, a partir de dados coletados em campo, em ambientes semiáridos.