O significado do luto por óbito fetal vivido pelos pais à luz da fenomenologia de Heidegger
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49666 |
Resumo: | Uma das situações que exprime a maior das quebras de expectativas no período gravídico pode ser o óbito fetal, que representa o enfrentamento do processo de morte e morrer em situação de nascimento. Compreender o fenômeno, como é e como se mostra, a partir da fenomenologia heideggeriana é vislumbrar uma compreensão e valorização do ser na sua singularidade junto ao seu sentimento. Nesse contexto se torna essencial a compreensão do enlutamento vivido pelos pais e as suas possíveis dimensões de cuidado. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi desvelar o significado do luto vivenciado pelos pais decorrentes de perda por óbito fetal à luz heideggeriana. Trata-se de uma pesquisa fenomenológica. A pesquisa foi desenvolvida em um Hospital Regional no município de Caruaru-PE, com pais que receberam assistência durante e após o diagnóstico de óbito fetal. A amostragem foi intencional, tendo sido encerradas as entrevistas pela repetitividade, dando assim a sua interrupção com um total de 18 casais. Os depoimentos foram obtidos mediante entrevista fenomenológica. Foi utilizada a técnica de entrevista aberta e um diário de campo para registrar outras formas de discursos, como o não verbal. No intuito de garantir-lhes o anonimato, foram atribuídos pseudônimos (nomes de pedras preciosas). A análise fenomenológica foi conduzida pela compreensão de fala com a investigação do ser de imediato, ou seja, a partir da ‘compreensão vaga e mediana’. Cinco unidades de significado foram constituídas na linguagem dos depoentes: “Notícia do óbito fetal e a negação” demonstrando através das falas a recordação dos momentos e sentimentos vividos por ocasião da perda; “O luto, legitimação e a rede de apoio”, sendo destacado a vivência de luto e aborda-se uma necessidade de reconhecimento do óbito fetal pela sociedade. A terceira “Lembranças da internação e o sofrimento vivenciado”, constata-se que os participantes experienciam sentimentos negativos, e uma mistura de sentimentos difícil de descrever; “O cuidado de enfermagem e da equipe multiprofissional”, a experiência desses pais mostra um cuidado positivo, mas se evidenciou fragilidade sobre a atuação das equipes de saúde. “Ambiência e estrutura para as situações de perda dentro das maternidades” observam-se que as instituições apresentam dificuldades relacionadas à internação de mulheres em situação de perda fetal, desde o momento de acesso ao serviço até a alta hospitalar. Esta pesquisa possibilitou desvelar por meio das falas, da linguagem gestual e até mesmo pelo silêncio expresso, que o cuidar precisa ser acolhedor e a vivência de perda e luto pelo óbito fetal é permeada por um sofrimento velado, e por dores que não são reconhecidas e invalidadas perante a sociedade. Reitera-se a necessidade da inserção do tema na formação de acadêmicos de enfermagem e em educação permanente aos profissionais que lidam com essas situações. Haverá uma devolutiva ao serviço que ocorreu esta pesquisa com as contribuições necessárias visando melhoria da assistência às mulheres e suas famílias que vivenciam as perdas, possibilitando assim, uma adequação e humanização da assistência. |