Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Jesus, Roberta Carolina de Almeida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-23062021-093538/
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Resumo: |
Introdução: Historicamente, a maneira como os ocidentais lidaram com a morte apresenta mudanças significativas. O avanço da Medicina, que permitiu o prolongamento da vida, e do ambiente hospitalar são dois marcadores importantes na transição da relação com a morte e com o morto, e, consequentemente, da expressão do sofrimento e do processo de luto. Nesse contexto, o cuidado paliativo perinatal, após o diagnóstico de anomalia fetal letal, surge como uma possibilidade para as gestantes e seus familiares de reaproximação da morte. Objetivo: Este estudo se propõe a descrever a vivência do luto, apresentar os rituais realizados diante da morte, avaliar a correlação entre luto, depressão e desesperança, e descrever a percepção acerca do atendimento recebido em cuidado paliativo perinatal. Método: Foram convidadas a participar desse estudo todas as mulheres que, entre os anos de 2015 e 2018, durante a gestação, receberam diagnóstico de anomalia fetal letal na Divisão de Clínica Obstétrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e foram assistidas pelo Grupo de Apoio Integral às gestantes e familiares de fetos com malformação fetal (GAI). Os instrumentos utilizados foram: prontuário, entrevista semidirigida, Primary Care Evaluation of Mental Disorders (PRIME-MD), uma adaptação do Texas Revised Inventory of Grief (TRIG) e Escala de Desesperança de Beck (BHS). Trata-se de uma pesquisa qualitativa e quantitativa. A análise qualitativa foi realizada a partir da análise de conteúdo proposta por Minayo. As variáveis quantitativas foram analisadas por meio de média, mediana, desvio padrão, e valores mínimo e máximo. O nível de significância adotado foi de 0,05 e, quando apropriado, foi utilizado o teste exato de Fisher. Resultados: Foi observada significância estatística na relação entre a pontuação para luto complicado na época do óbito e nascimento do filho vivo (p=0,012), e entre pontuação para luto complicado na época da entrevista e gestante no momento da entrevista (p = 0,018). Entre a idade materna e pontuação para luto complicado na época do óbito foi identificada correlação linear negativa fraca e inversamente proporcional (r = -0,440; p = 0,015). Já as horas de vida do recém-nascido e pontuação para luto complicado na época do óbito apresentou correlação linear positiva moderada (r = 0,527; p = 0,005). A associação entre luto complicado na época do óbito; luto complicado no momento da entrevista; depressão e desesperança apresentou significância estatística entre: luto complicado na época do óbito e presença de depressão maior (p < 0,001); luto complicado no momento da entrevista e presença de depressão maior (p = 0,006); e luto complicado no momento da entrevista e desesperança (p = 0,005). Foram identificados oito temas na análise do discurso: A perda do filho(a) saudável; (Des)esperança e luto; Cuidado Paliativo Perinatal; Mães de anjo, Parto e perdas; Tradicionais ritos fúnebres; Novos ritos fúnebres; Memória e luto. Conclusão: Foi possível observar que as pacientes se beneficiaram do atendimento do cuidado paliativo perinatal e todos avaliaram que indicariam o serviço para uma outra pessoa gestante em situação semelhante |