Perdas, vínculos e afetos : o luto das famílias e dos profissionais dos cuidados paliativos pediátricos
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil FAF - DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA Programa de Pós-Graduação em Psicologia UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/61311 https://orcid.org/0000-0002-6952-2224 |
Resumo: | O câncer infanto-juvenil demanda esforços para os Cuidados Paliativos Pediátricos (CPP), sendo o suporte aos enlutados, após o óbito, uma das suas atribuições. Nessa pesquisa, objetivamos analisar os processos de subjetivação presentes na vivência do luto dos profissionais do CPP e dos familiares de crianças e adolescentes que faleceram por câncer. Primeiramente, foi realizada uma revisão integrativa de artigos publicados entre 2012 e 2022, investigando a assistência em CPP prestada aos familiares enlutados. Após as análises dos 6 artigos encontrados, constatamos que existem diversas intervenções voltadas aos familiares, mas ainda se encontram difusas, muitas vezes incipientes e com pouca avaliação das ações. Predominam algumas práticas como telefonemas, envio de cartões postais e de materiais sobre luto. Os estudos sobre o tema são escassos, principalmente no contexto brasileiro. Adotamos, em seguida, o método da Cartografia, a qual acompanha os processos no plano da experiência e os efeitos sobre o objeto, o pesquisador e a produção do conhecimento. Realizamos um Grupo de Discussão com 10 profissionais da Equipe de CPP (ECPP) de um Hospital Público Universitário e entrevistas de manejo cartográfico com 7 familiares enlutados. Os resultados foram divididos em 3 eixos: 1) O momento da morte chegou: há uma intensificação de afetos no instante do óbito, que exige acolhimento, flexibilidade e abertura para saídas criativas dos profissionais e familiares para proporcionar uma morte digna, o que facilita o processo de luto da família. 2) Há vida após a perda? O luto provoca sofrimento psíquico e um abalo no território existencial dos familiares, mas também saídas inventivas que trazem potência de vida. Os profissionais também passam pelo processo de luto, mas faltam espaços para expressarem seus sentimentos e afetações. 3) Encontros e laços afetivos: o vínculo família-profissionais é um grande aliado no processo de luto, sendo que alguns familiares buscam acompanhamento após o óbito e geralmente guardam recordações de uma relação de amorosidade construída junto a equipe durante o processo de adoecimento. Os profissionais apontaram dificuldades técnicas para prestar assistência no luto. Salientamos que o luto no contexto pediátrico provoca muitas afetações que ora produz sofrimento, enrijecimentos e saídas mais destrutivas, tal como o uso abusivo de álcool; ora produz novas práticas em saúde, formas de pensar e de viver, além de saídas mais inventivas, como a inserção em projetos sociais e religiosos. |