A experiência travesti na escola: entre nós e estratégias de resistências

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: BARROS, Daniela Torres
Orientador(a): VIEIRA, Luciana Fontes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10291
Resumo: Nossa pesquisa almejou compreender as experiências das travestis no contexto escolar, residentes no município de Cabo de Santo Agostinho/PE. Para tanto, investigamos como se deu o acolhimento das travestis na escola, considerando os aspectos que favoreciam e desfavoreciam sua permanência. Além do mais, analisamos as políticas públicas atuais, no campo da educação, voltadas para a problemática do gênero e da sexualidade, mais especificamente, “Saúde e prevenção nas escolas”, por tratar-se de uma iniciativa implementada em várias escolas brasileiras. Podemos afirmar que esse estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa de cunho interventivo e analítico inspirado em Michel Foucault e em Judith Butler. Assim, foram aplicados questionários sócio demográficos e realizadas oficinas com grupo de travestis, ancoradas na perspectiva de pesquisa participante em Paulo Freire (1984) e permeadas pela noção de cuidado de si e de práticas de liberdade em Foucault (2010). A realização das oficinas permitiu a troca de saberes entre si, com as pesquisadoras, como também, a expansão de rede de solidariedade entre as mesmas. Com isso, percebemos diferentes experiências escolares (positivas e negativas) e diversas estratégias de sobrevivência, porém, constatamos o uso do nome social e do banheiro como gargalos/crivos que cerceavam suas existências. Por fim, consideramos que a presença das travestis pode ser uma excelente oportunidade de rever antigas práticas na área educacional brasileira, tradicionalmente comprometida com a reprodução da heteronormatividade.