Abrigo : trajetórias de vida bem sucedidas.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Oliveira de Souza, Juliana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8253
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo analisar os processos psicossociais envolvidos nas trajetórias de vida de sujeitos que conviveram em abrigo, separados da família durante a infância e a adolescência, e que obtiveram êxito na vida social (estudo, trabalho, família). As teorias psicológicas clássicas, ao enfatizarem a importância da família no desenvolvimento humano, exploram, de maneira muito insipiente, as condições e possibilidades de uma evolução saudável em contextos não familiares, como creches, internatos e abrigos situação recorrente na realidade de muitas crianças e adolescentes pobres, no Brasil. Nesse sentido, embora esta pesquisa considere a família como locus privilegiado para o desenvolvimento bio-psicossocial das crianças e adolescentes, questiona que funções psico-afetivas, normalmente providas pela família, poderiam ser resgatadas em outros contextos de convivência. Nessa perspectiva, foram realizados estudos de caso em uma instituição de abrigamento do tipo casa-lar, situada na Região Metropolitana do Recife, trabalhando com uma metodologia de caráter qualitativo baseada em histórias de vida, buscando uma aproximação com a dimensão subjetiva do objeto e sua correlação aos múltiplos aspectos da situação analisada. A fundamentação teórica utilizada nesta pesquisa revela o exercício da pesquisadora de apropriação dos seus instrumentos teóricos, transitando entre as teorias psicanalíticas, com ênfase na teoria winnicottiana, e a Perspectiva da Rede de Significações. Os resultados apontaram para um conjunto de fatores de ordem afetiva e social os vínculos, os modelos identificatórios e a natureza das instituições envolvidas como circunscritores importantes do desenvolvimento saudável em situação de abrigo. Na pesquisa, esses fatores psicossociais aparecem no contexto de processos de significação na produção de sentidos, a partir das interações sociais, ligados às relações e práticas que circunscrevem a trajetória de vida de cada sujeito. As contribuições deste trabalho de investigação se integram num esforço maior para o estudo do desenvolvimento humano em diferentes contextos sociais, pautado na relativização do papel dos diferentes ambientes sócio-afetivos e, em particular, nas condições existentes nos programas atuais de abrigamento