Perfil neuropsicológico de uma amostra de idosos da cidade do Recife

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: SANTIAGO, Vera Lúcia Gomes
Orientador(a): SOUGEY, Everton Botelho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8530
Resumo: Muitas mudanças ocorrem no cérebro, ao longo da vida, e vão exercer um papel importante na cognição do idoso, freqüentemente alterando sua funcionalidade. A avaliação neuropsicológica tem oferecido grande contribuição, sendo utilizada como auxílio na identificação de padrões de envelhecimento cognitivo normal e patológico. Objetivos: Investigar o perfil cognitivo de uma amostra de idosos da região metropolitana do Recife. Verificar a influência das variáveis: idade, escolaridade e gênero no desempenho cognitivo dos sujeitos. Método: Participaram deste estudo 101 indivíduos saudáveis de ambos os sexos (selecionados de uma amostra de 119 sujeitos), com idade acima de 65 anos e diferentes níveis de escolaridade. A amostra foi selecionada através de uma triagem que incluía o Mini Exame do Estado Mental (MEEM). Os selecionados foram avaliados com a Bateria Neuropsicológica Abreviada (NEUROPSI). Este instrumento é de rápida aplicação (30 a 40 minutos), e permite fazer um diagnóstico inicial ou preditivo das alterações cognitivas em populações com diferentes graus de escolaridade, incluindo analfabetos. Examina as seguintes funções cognitivas: memória visual e verbal (processos de codificação, armazenamento e evocação), aprendizagem, atenção, linguagem e funções executivas (conceituais e motoras). Para efeitos comparativos a amostra foi dividida de acordo com a idade, em: G1 (65 a 69 anos), G2 (70 a 79 anos) e G3 (80 anos ou mais), grau de escolaridade: GA (analfabetos), GB (baixa: um a quatro anos), GC (média: cinco a nove anos) e GD (alta: 10 anos ou mais) e gênero (sexo masculino e femenino). Foram realizadas as análises descritivas dos resultados do MEEM e NEUROPSI e efetuada as comparações com ANOVA. Resultados: Não foram encontradas diferenças significativas nos resultados de ambos testes, no que se refere a variável idade, mas houve diminuição da pontuação com o aumento da idade (G3), alcançando nível de significância em alguns subtestes. A variável escolaridade apresentou diferenças significativas para ambos os testes. O GA apresentou a pontuação mais baixa em comparação com os demais grupos. Também o GB esteve em desvantagem em comparação com os grupos GC e GD. Foram evidenciadas poucas diferenças significativas entre os grupos GC e GD. A variável gênero apresentou diferença apenas na tarefa de reconhecimento do subteste de memória. Conclusões: Encontramos uma forte influência da escolaridade (analfabetismo) no desempenho cognitivo, resultados compatíveis com a literatura. A educação pode contribuir na aquisição da reserva cerebral, sugerindo que uma exposição à estimulação cognitiva mais intensa e complexa pode estar associada com maiores conexões sinápticas. Por outro lado, o fato de não encontrar diferenças no desempenho cognitivo de sujeitos em diversas faixas etárias (apesar da tendência dos mais novos perfilar melhor), pode estar atribuído, ao critério de incluir sujeitos socialmente ativos na amostra. Entretanto, outros estudos são necessários para esclarecer esta hipótese