Avaliação da resposta ao tratamento com os antivirais de ação direta de segunda geração em pacientes com hepatite c crônica em centros de referência para hepatites virais na cidade de Recife-PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: SILVA, Isabella Patrícia Lima
Orientador(a): MELO, Heloísa Ramos Lacerda de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44606
Resumo: A hepatite C crônica (HCC) é uma doença sistêmica que leva à fibrose hepática e causa complicações como: cirrose, carcinoma hepatocelular (CHC) e resulta na necessidade do transplante hepático. Os antivirais de ação direta (DAAs) de segunda geração representam um importante avanço no tratamento da HCC, mostram ser bem tolerados e seguros com taxas de resposta virológica sustentada (RVS) de mais de 95%. Vários métodos não invasivos são usados com sucesso na predição de fibrose, no entanto, pouco se sabe sobre os efeitos de longo prazo da RVS na redução do risco de progressão da doença hepática. O objetivo do estudo foi avaliar a efetividade dos esquemas DAAs nos transplantados de fígado e em não transplantados e avaliar a evolução dos marcadores laboratoriais aspartato (AST) e alanina (ALT) aminotransferases, contagem de plaquetas e índices APRI e FIB-4 após a RVS em pacientes tratados com os DAAs de segunda geração em dois estudos de vida real realizados no Nordeste do Brasil. Foram conduzidos dois estudos observacionais, ambos com componentes retrospectivo e prospectivo de vida real, descrevendo os achados de forma independente. No primeiro, foram incluídos 84 transplantados de fígado tratados com DAAs, em dois centros de referência, acompanhados por 12 a 24 semanas após RVS. A população presentarou idade média de 63,4 ± 7,4 anos, sendo o genótipo 1 o mais comum (63,1%), dos quais 22,7% apresentavam fibrose leve (METAVIR <F2) e 41 (48,8%) fibrose significativa (METAVIR ≥ F2). A taxa de RVS foi de 97,6%. O esquema sofosbuvir (SOF) + daclastavir (DCV) foi utilizado em 58 (69%) pacientes. Nenhum evento adverso relevante foi atribuído à terapia com DAAs. Houve redução significativa de ALT, AST, GGT, FA e do índice APRI a partir da semana 4 de tratamento, que se manteve até 12/24 semanas pós tratamento. No segundo estudo, trata-se de estudo observacional longitudinal, com componentes retrospectivo e prospectivo que incluiu indivíduos com diagnóstico de HCC, tratados com os DAAs. O tratamento mostrou-se efetivo, atingindo taxa de RVS de 97,8%. Dentre os 134 pacientes com RVS, houve redução da ALT e AST (p <0,001) após 12 e 24 semanas do final do tratamento. Oitenta e três e 81 pacientes foram incluídos para avaliação do APRI e FIB-4, respectivamente. Após 24 semanas de tratamento, a proporção de pacientes com APRI > 1,5 reduziu de 31,3% para 3,6%, p <0,001, enquanto a proporção de pacientes com APRI < 0,5 aumentou de 22,9% para 63,9%, p < 0,001. Em relação ao FIB-4, houve redução da proporção de pacientes com FIB > 3,25 de 38,3% para 21%, p=0,019. O tratamento com DAAs em pacientes transplantados de fígado propiciou elevada taxa de RVS e normalização dos níveis séricos das trransaminases ALT, AST, em consequência redução precoce dos escores APRI, FIB-4.