Estratégia de andaimagem em textos pedagógicos orais e escritos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Josil Sá Barreto Montenegro, Ana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/2843
Resumo: Tomando-se por base a perspectiva interacionista de Vygotsky, conceitua-se o aprendizado como um fenômeno que ocorre na interação social. A apropriação do conhecimento só é possível através da experiência, que se atualiza a partir do contato com alguém que já o tenha internalizado. Em seus estudos sobre o desenvolvimento das crianças, Vygotsky (2003) cunhou a teoria da Zona de Desenvolvimento Proximal, que se refere ao espaço entre aquilo que o sujeito consegue fazer de modo independente e as funções que só consegue realizar com a mediação de alguém mais capaz. Dentre os conceitos desenvolvidos com base na teoria de Vygotsky está o conhecido pela metáfora da andaimagem. O conceito se refere a uma espécie de suporte que, em uma atividade interativa, um sujeito mais capaz fornece ao aprendiz para que este solucione um problema o qual não estaria apto a resolver sem o auxílio externo. O presente trabalho, previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, estudou a utilização de pistas linguísticas conhecidas como andaimes em gêneros do domínio pedagógico, tanto da fala quanto da escrita. Nesse sentido, procurou-se concentrar as análises sobretudo na produção escrita, a partir da identificação tais estratégias em livros didáticos. Além disso, foi feito um estudo comparativo dos andaimes usados na interação entre professor/aluno e entre autor/aluno. O corpus para a análise da modalidade oral foi composto por gravações em áudio de sete aulas de língua portuguesa, com cerca de noventa minutos cada, em uma turma do 9º ano do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco. As gravações ocorreram entre os meses de maio e junho de 2011. Já para a análise da escrita, foram selecionados os quatro livros da coleção Português: linguagens, de Cereja & Magalhães (2009), direcionados aos últimos anos do Ensino Fundamental. Os resultados demonstraram a existência do uso nos textos didáticos escritos daqueles andaimes geralmente encontrados na fala, comprovando, no caso dessas estratégias de ensino, a hipótese da relação entre fala e escrita, defendida por Biber (1991) e Marcuschi (2005 e 2008). Confirmou-se ainda, que a ocorrência de andaimes não diminuiu de um ano para o ano seguinte da coleção, fato ligado à função instrucional dos textos pedagógicos. Chegou-se à conclusão de que é necessário repensar-se a própria classificação dos andaimes criada por Wood et al. (1976), ainda amplamente utilizada nas pesquisas atuais. Além disso, é fundamental um estudo futuro acerca do que seria um bom suporte, e não um suporte prejudicial, no que se refere ao apoio por meio das estratégias de andaimagem