Jornalismo de serviço : política, discurso, representação e participação em disputa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Figueiredo Sobrinho, Carlos Peres de
Orientador(a): Rocha, Maria Eduarda da Mota
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11719
Resumo: O presente trabalho estuda as consequências políticas do que denominamos jornalismo de serviço, tendo como objeto de estudo o quadro calendário do NETV, integrante do telejornal local diário da TV Globo na Região Metropolitana do Recife (RMR), NETV 1ª Edição. As reportagens produzidas nesse modelo de jornalismo de serviço pretendem contar com a participação da audiência que denuncia ao telejornal problemas de infraestrutura urbana ou de serviços públicos prestados de forma deficitária, vivenciados geralmente em localidades carentes da RMR. Dessa forma, o telejornal oferece uma oportunidade de participação que a população não experimenta por canais oficiais de comunicação com o poder público. Para isso, o jornalismo de serviço simula uma esfera pública deliberativa em que os participantes do quadro, jornalistas e representantes dos órgãos públicos deveriam ser tratados como iguais. Em situação de pobreza política, os participantes do calendário do NETV participam de uma barganha simbólica em que ganham visibilidade para suas reivindicações, sentindo que seus direitos são reconhecidos, e dão em troca a sua voz para que a emissora atue como instância de fiscalização “legítima” do poder público. Para entendermos como a emissora realiza o sequestro da voz dos participantes usamos o método da Análise Crítica do Discurso. Também lançamos mão de entrevistas semi-estruturadas para compreendermos o contexto em que se dá a participação dos informantes no quadro calendário do NETV. Em nossa pesquisa, descobrimos que os participantes do calendário aderem ao jornalismo de serviço como último recurso depois de tentarem contato com o poder público pelos canais oficiais. Além disso, a Globo consegue um grande de poder simbólico como o jornalismo de serviço, tendo um grande ganho de credibilidade junto ao público alvo do calendário.