Compreensão de textos em crianças: uma análise das relações entre tipos de textos e inferências.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: MELO, Lianny Milenna de Sá
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25470
Resumo: Compreender textos é uma habilidade importante para a vida em uma sociedade letrada em que os textos são a unidade de comunicação escrita. Esta habilidade envolve três dimensões que se relacionam: social, linguística e cognitiva. O presente estudo trata das instâncias cognitiva, no que diz respeito às inferências, e linguística, focalizando os diferentes tipos de textos. Para compreender os mecanismos envolvidos na compreensão textual, adotou-se o modelo de Construção-Integração de Kintsch, que fornece destaque às inferências nesse processo. Apesar do quadro significativo de conhecimentos sobre este assunto, a compreensão de textos continua sendo um campo fértil de investigações, especialmente, no que se refere aos fatores que possam estar associados ao estabelecimento de inferências e de suas relações com diferentes tipos de textos. Assim, o presente trabalho examinou as relações entre compreensão de textos, tipos de inferências e tipos de textos. Para isso, foram realizados dois estudos, cada um com objetivos distintos. O Estudo 1 investigou o papel da natureza fictícia e não fictícia do conteúdo do texto sobre a capacidade da criança em estabelecer inferências de previsão a partir de dois tipos de textos narrativos: história (fictício) e relato de experiência pessoal (não fictício). Participaram 90 crianças, de ambos os sexos, com idade entre 8 e 10 anos, de classe média, alunas do 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental de escolas particulares da região metropolitana do Recife. A tarefa consistiu na leitura interrompida (metodologia on-line) de um texto narrativo ficcional (história) e de um não ficcional (relato). Após a leitura de cada parte do texto, o estudante respondeu a perguntas inferenciais de previsão e a perguntas de explicação. O Estudo 2 investigou se a natureza das relações de causalidade de diferentes tipos de texto (narrativo e argumentativo) influenciam a capacidade da criança em estabelecer inferências de causalidade. No Estudo 2, participaram as mesmas 90 crianças do Estudo 1. A tarefa consistiu na leitura interrompida (metodologia on-line) de textos narrativo e argumentativo e, após a leitura de cada parte do texto, o participante respondeu a perguntas inferenciais de causalidade e a perguntas de explicação. Os dados foram analisados em função do desempenho, das respostas às perguntas inferenciais e da natureza dos erros apresentados no estabelecimento de inferências. Os resultados do Estudo 1 mostraram que as inferências de previsão foram mais facilmente estabelecidas no texto narrativo de ficção (história) do que no texto de não ficção (relato). Os resultados do Estudo 2 revelaram que o estabelecimento de relações causais parece não variar em função dos tipos de texto, isto é, em função da natureza da causalidade associada a cada tipo de texto (implicativa na narrativa e explicativa na argumentativa). Desse modo, o presente trabalho traça considerações acerca dos fatores que compõem a compreensão de texto, tais como a natureza textual e o estabelecimento de inferências, discutindo uma forma de como essas relações podem ser investigadas e exibindo novos dados sobre a compreensão de textos, especificamente, sobre as relações entre compreensão de textos e tipos de textos.