Estudo de soroprevalência de Hantavírus e Yersinia pestis em áreas focais de peste do Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: de Cássia Vieira da Costa, Érika
Orientador(a): Maria Paiva de Almeida, Alzira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/1787
Resumo: No Brasil, as áreas de ocorrência da Síndrome Pulmonar Cardiovascular por Hantavírus (SPCVH) e a peste (infecção por Yersinia pestis) podem se sobrepor, pois compartilham os mesmos roedores reservatórios da subfamília Sigmodontinae. O Necromys lasiurus reservatório de hantavírus em outras regiões, desempenha importante papel na disseminação da peste nas áreas focais do Nordeste. A hantavirose e a peste são doenças de notificação compulsória nacional e vêm sendo reconhecidas como doenças ocupacionais. Apesar da progressão de casos e óbitos por hantavirose no Brasil, os estudos nas áreas focais de peste, ainda são escassos. No nosso estudo, objetivamos conhecer a soroprevalência de hantavirose e peste entre os profissionais envolvidos nas atividades do Programa de Controle da Peste (PCP) e Serviço de Referência Nacional em Peste (SRP) do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (CPqAM/Fiocruz/PE) e de hantavírus em roedores das áreas focais de peste. Esses profissionais constituem um grupo de risco para as infecções dos roedores, pois suas atividades vão desde a manipulação de roedores em campo a pesquisas biológicas e manipulação de culturas da Y. pestis em laboratório. As análises em 434 amostras de soros de roedores (311 Sigmodontinae, 42 Cavideae; 43 Equimidae, 35 Muridae e três sem identificação), capturados nas atividades da rotina do PCP em quatro estados do Nordeste do Brasil (Ceará: 239, Pernambuco: 159, Bahia: 30 e Rio Grande do Norte: 06), detectaram anticorpos contra hantavírus apenas no estado (CE), onde soros de dois N. lasiurus da Serra da Ibiapaba (CE) foram reagentes. Amostras sorológicas de profissionais do PCP que atuam nos Estados de Pernambuco (31), Ceará (21) e Rio Grande do Norte (11), e do SRP (seis) foram analisadas para pesquisa de anticorpos contra hantavírus e Y. pestis, e mais 14 amostras de profissionais do SRP foram analisadas para pesquisa de anticorpos contra Y. pestis. As análises revelaram a presença de anticorpos contra hantavírus em dois profissionais do PCP/CE (Serra do Araripe e Serra da Ibiapaba respectivamente) e anticorpos antipestosos em um do PCP/PE (Planalto da Borborema) e um do SRP em duas amostras coletadas com intervalo de 24 meses. Os sororeagentes não relataram manifestações clínicas sugestivas de peste ou hantavirose no transcorrer das suas atividades profissionais, mas relataram não usar equipamentos de proteção individual (EPI) desde o início de suas atividades. Em conclusão, este estudo evidenciou pela primeira vez a presença de anticorpos contra hantavírus em roedores (02) e profissionais (02) das áreas focais de peste do Ceará e a presença de anticorpos antipestosos em profissionais do PCP/PE (01) e SRP (01). Esses resultados evidenciam os riscos nas atividades em campo e laboratoriais, a necessidade da adoção de práticas rigorosas de biossegurança e o acompanhamento sistemático da saúde dos profissionais