O consumo do rock and roll como cultura musical juvenil no Recife dos anos 1950

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SANTOS FILHO, Ebis Dias
Orientador(a): FERREIRA, Daniela Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Música
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35522
Resumo: O presente estudo trata da recepção do rock and roll no Recife na década de 1950. Trata-se de refletir sobre seu consumo e o conjunto de práticas culturais associadas ao estilo musical. Para tanto, realizamos um levantamento junto ao Arquivo Público do Estado de Pernambuco, em julho de 2016, nos jornais locais, Diário da Noite, Diário de Pernambuco e Jornal do Commercio dos anos 1956 até 1959 com o objetivo de colher informações que pudessem elucidar os sentidos atribuídos ao rock pela imprensa local. Além disso, foram realizadas entrevistas com indivíduos que vivenciaram o rock na época, seja atuando como fãs – amadores, seja como críticos ou ainda que tivessem informações a respeito da dinâmica de funcionamento dos jornais, jornalistas e agências de notícias encarregadas de apresentarem o estilo musical a sociedade recifense. Os resultados da análise do material produzido, por esta pesquisa, apontam que o rock se constituiu em uma prática social importante na medida em que possibilitou a construção de um circuito de eventos sociais destinado ao consumidor jovem de maneira inédita no Recife. Mesmo que a cidade já vivenciasse, desde do final do século XIX, um cosmopolitismo que permitia acesso a uma série de produtos culturais dedicados à juventude (como filmes, jornais, programa de rádio, etc.), ainda assim não era possível perceber a presença de um estilo musical que fosse tão fortemente associado ao jovem. Somente, a partir dos anos cinquenta, com a atuação da mídia na difusão do rock and roll no Brasil e na capital pernambucana é que essa associação vai se constituindo de maneira mais concreta. O agenciamento entre rock and roll e juventude promovido pela mídia e vivenciado em diversos espaços na cidade (salas de cinema, clubes, lojas de discos, etc) foi, assim, fundamental para demarcar uma fronteira etária mais visível entre o estilo de vida do adolescente e as demais faixas etárias.