Sífilis congênita: fatores de risco em gestantes admitidas nas maternidades de Maceió/AL e área Metropolitana e avaliação dos critérios diagnósticos adotados no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: PEDROSA, Linda Délia Carvalho de Oliveira
Orientador(a): XIMENES, Ricardo Arraes de Alencar
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
DST
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/15486
Resumo: O estudo objetiva avaliar os critérios diagnósticos da sífilis congênita (SC) adotados pelo Ministério da Saúde/Brasil (MS) determinando, entre neonatos considerados positivos pelos critérios do MS, o percentual infectado e fatores de risco associados à transmissão vertical. Entre maio/2007 e setembro/2008, realizou-se um estudo de validação fase III de Sackett, a partir dos casos diagnosticados como SC pelos critérios do MS, avaliando o valor preditivo positivo (VPP) e um estudo caso-controle, a partir de mães VDRL positivo. Incluiu gestantes admitidas em 15 maternidades de Maceió/região metropolitana/AL (09 municípios) e seus conceptos nativivos, natimortos e abortos tardios. No caso-controle, definiu-se CASO: neonato, aborto ou natimorto definido pelos critérios do MS e diagnóstico comprovado por FTA-ABs IgM ou histopatológico do cordão umbilical; CONTROLES: nascimentos subsequentes ao caso, mesmo hospital, aborto, neonato ou natimorto, VDRL negativo, inclusive na gestação. À admissão, as gestantes realizavam VDRL e teste rápido de HIV, e os neonatos de mães VDRL positivas, exames clínicos e complementares, incluindo exames PADRÃO DE REFERÊNCIA para confirmação: histopatológico do cordão umbilical e FTA-ABS-IGM. A amostra para análise, casos selecionados pelos critérios do MS, confirmados pelo padrão-referência, correspondeu a 80 casos SC confirmados, dentre 195 casos presumidos e 696 controles. Foram admitidas (partos/curetagens) 35.156 gestantes, 390 (11,1/1.000 gestantes) VDRL positivo e 195 (5,5/1.000 gestantes) preencheram pelo menos um dos critérios do MS; 83,1% gestantes positivas (162/195) enquadraram-se no critério epidemiológico (critério 1). Investigando neonatos usando evidencias sorológica + evidência clinica ou radiológica ou liquórica (critério 3) detectou-se 81/195 (41,5%) neonatos com SC; 20/195 abortos ou natimortos enquadraram-se no critério 4. O critério 1 apresentou VPP de 47,5% (IC 95% 34,8-60,6). Aumentando para 51,3% (IC 95% 41,9-60,6) ao excluir gestantes FTA-Abs negativo. Para o critério 3, o VPP foi 53,1%, (IC 95% 41,7- 64,1), aumentando para 64,2% (IC95% 51,5-75,3) para as gestantes FTA-Abs positivo. O VPP para o critério 4 foi 73,7% (IC 95% 48,6-89,9). Das 245 gestantes admitidas, com VDRL positivo, 18 (7,3%) excluídas, 02 (0,8%) recusas, 30 (12,2%) receberam alta hospitalar antes do resultado dos exames e não localizadas. Dos 195 (79,6%) casos investigados: 10 (5,1%) abortos, 10 (5,1%) natimortos, 175 (89,8%) nativivos; 81/175 (46,3%) VDRL positivo e alteração clínica e/ou liquórica e/ou radiológica de SC; 50/168 (29,6%) confirmados pelo FTA-ABs IgM, e 50/180 (27,8%) pelo histopatológico do cordão, 80/195 casos (41%) com um destes positivo. Realizou-se analise univariada por blocos de variáveis e análise multivariada. O modelo final da associação entre exposição materna a sífilis e SC no neonato contemplou: perda de neonato (OR 4,18 p=0, 000), perda de filho ao final da gestação (OR 4,15 p=0, 000), uso de drogas pelo parceiro (OR 3,49 p=0, 000), ter mais de um parceiro no último ano (1,96 p=0, 058) solteira/viúva/separada (OR 1,70 p= 0, 047). O baixo VPP desses critérios permite questionar sua utilidade no cenário atual da doença, principalmente em regiões de baixa prevalência. Gestantes com perda de neonatos ou filhos ao final da gestação e com mais de um parceiro no último ano apresentaram maior chance de ter filhos com SC.