Acesso aos serviços de aborto legal em casos de estupro : intersecções de gênero, raça, classe e território

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: SILVA, Juliana Keila Jeremias da
Orientador(a): FONSECA, Jorge Luiz Cardoso Lyra da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37874
Resumo: Essa pesquisa teve como objetivo geral analisar o acesso de mulheres ao serviço de aborto legal em casos de estupro a partir das intersecções de gênero, raça, classe e território. Para tanto, realizou entrevistas semiestruturadas com oito profissionais de saúde e duas usuárias de um serviço de aborto legal, localizado em Recife, Pernambuco. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, inspirada no Construcionismo Social, que se posiciona epistemologicamente a partir do Feminismo. As entrevistas produzidas foram analisadas tendo como foco a análise das práticas discursivas e produção de sentidos. Os resultados apontaram que a existência dos serviços de aborto legal, apesar de representar uma conquista importante no âmbito dos direitos das mulheres, não garante por si só que elas realizem o procedimento de aborto legal em casos de estupro, pois há muitas barreiras de acesso que dificultam a chegada das mulheres aos serviços ou mesmo impedem a realização do procedimento de aborto legal. Essas barreiras estão relacionadas, entre outras coisas, a invisibilidade dos serviços de aborto legal, ao desconhecimento das mulheres acerca do direito ao aborto legal em casos de estupro, ao medo de serem desacreditadas pelos profissionais, ao medo dos julgamentos morais e de serem culpabilizadas pela violência sexual sofrida, às experiências negativas nas delegacias, a questões materiais, como a falta de recursos para o deslocamento até os serviços e à intersecção dos marcadores de gênero, raça, classe e território no contexto político atual, que tem sido desfavorável a garantia dos direitos reprodutivos das mulheres.