Caracterização e georreferenciamento do ambiente alimentar comunitário em um município do sertão paraibano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: ARAUJO, Fernanda Trigueiro de Almeida
Orientador(a): SILVA, Wylla Tatiana Ferreira e
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Nutricao, Atividade Fisica e Plasticidade Fenotipica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49562
Resumo: Diante dos desequilíbrios nos sistemas alimentares, a alimentação também está condicionada a fatores relacionados às questões culturais, sociais, biológicas e econômicas da sociedade. Unidos, estes são capazes de caracterizar o ambiente alimentar. Essa caracterização é capaz de definir estes locais “desertos alimentares” ou “pântanos alimentares”, que são áreas onde o acesso a alimentos in natura é ausente ou dificultado, ou apresentam grande facilidade de aquisição de alimentos ultraprocessados, respectivamente. Identificar esses desequilíbrios no ambiente alimentar é necessário para evidenciar situações de Insegurança Alimentar e Nutricional (IAN), estando diretamente relacionadas ao surgimento de problemas de saúde. Portanto, o objetivo deste estudo é caracterizar o ambiente alimentar do município de Patos-PB no tocante à existência de desertos e pântanos alimentares. A população estudada foi constituída pelo comércio varejista de alimentos da cidade de Patos-PB. Para a obtenção dos dados, foram pesquisados junto ao IBGE e na Secretaria Municipal de Infraestrutura do Município de Patos, arquivos contendo as coordenadas geográficas das divisões políticas estaduais e municipais e a localização dos bairros do município. Outros dados como pessoas residentes e a listagem dos estabelecimentos de aquisição de alimentos da cidade foram coletados pela ferramenta Sinopse por Setores e pela plataforma Radar SEBRAE de Oportunidades, respectivamente. Para identificar um deserto alimentar, foi observada, dentro de um raio de 500 metros, a ausência ou um número total de estabelecimentos de aquisição de alimentos in natura ou minimamente processados e locais que produzem refeições ou estabelecimentos mistos menor que 4. Já para um pântano alimentar, foi analisada a presença de ao menos 4 estabelecimentos de aquisição de processados ou ultraprocessados dentro do raio de 500 metros. Foi realizada a avaliação da densidade total de estabelecimentos de aquisição de alimentos por bairro, e por categoria de estabelecimentos. Nos 26 bairros analisados foram encontrados um total de 987 estabelecimentos de aquisição de alimentos. Deste total, 69,40% são estabelecimentos mistos, 15,90% estabelecimentos de aquisição de processados e ultraprocessados e 14,69% são estabelecimentos de aquisição de in natura ou minimamente processados e locais que produzem refeições. Dentre o quantitativo dos bairros da cidade, 29,62% destes foram considerados pântanos alimentares e 25,92% foram identificados como desertos alimentares. No tocante à concentração dos estabelecimentos, eles estão localizados predominantemente no setor central, prejudicando as regiões periféricas da cidade. Diante disso, combater os desertos e pântanos alimentares em todo o território nacional é primordial, devido a relação definida entre a disponibilidade e o acesso aos estabelecimentos de processados e ultraprocessados, bem como a dificuldade de acesso aos alimentos in natura ou minimamente processados e os respectivos desfechos de saúde. Por isso, incentivar a criação de políticas públicas que visem garantir a segurança alimentar e nutricional da população é condição intrínseca à efetivação da cidadania.