Caracterização físico-química, atividade antioxidante e antimicrobiana do óleo bruto e da farinha da torta da amêndoa de Inajá (Maximiliana maripa (Aubl.) Drude)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: LOBATO, Jucianne Martins
Orientador(a): STAMFORD, Tânia Lúcia Montenegro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Nutricao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46552
Resumo: O processamento do óleo das amêndoas de inajá (Maximiliana maripa (Aubl.) Drude), espécie nativa encontrada na Amazônia brasileira gera resíduos agroindustriais, que geralmente são descartados ou utilizados para alimentação animal. Entretanto, estes tipos de subprodutos são fontes de compostos bioativos, apresentando um grande potencial na formulação de alimentos funcionais e sustentáveis. Portanto, o presente estudo objetivou caracterizar o óleo bruto e a farinha da torta residual das amêndoas de inajá (Maximiliana maripa (Aubl.) Drude) obtidos por prensagem a frio quanto às suas propriedades físico-químicas e biológicas. O óleo da amêndoa de inajá foi extraído por prensagem a frio e caracterizado quanto ao rendimento, índice de acidez, iodo, refração, peróxido, perfil lipídico por cromatografia gasosa acoplada a detector de ionização de chama e qualidade nutricional. As análises realizadas na farinha foram: composição centesimal, atividade de água, cor e valor calórico. O óleo bruto e farinha da torta da amêndoa de inajá foram avaliadas quanto a estabilidade termo-oxidativa por análise termogravimétrica (TGA), calorimetria exploratória diferencial (DSC) e espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR), atividade antioxidante por inibição do radical DPPH (1,1-difenil-2-picrihidrazil) e ABTS (2,2’- azino-bis(3- etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico) e antimicrobiana por microdiluição frente as cepas Bacillus cereus ATCC 10876, Enterococcus faecium ATCC 6569, Escherichia coli ATCC 8739, Listeria monocytogenes ATCC 7664, Staphylococcus aureus ATCC 6538 e Salmonella typhimurium ATCC 1408 e espécies fúngicas Aspergillus niger URM 7282 e Colletotrichum siamenses CMM 4077. Os índices de acidez (2,07 mg NaOH/g), peróxido (5,54 meq/Kg) e refração (1,455) do óleo de inajá indicaram que atendeu os parâmetros para ser comercializado. O perfil de ácidos graxos demonstra que o óleo de inajá é uma fonte de saturados, destacando-se o láurico (50,39%), mirístico (19,68%) e palmítico (7,17%). A farinha de inajá apresentou baixo teor de umidade (2,45%), teor elevado de proteínas de 11,83%, lipídios de 46,25% e carboidratos de 37,30%, podendo ser utilizada no formulação de diferentes produtos alimentícios. Esse material apresentou boa estabilidade oxidativa e térmica. A atividade antioxidante do óleo foi superior pelo método ABTS (25,96%) em comparação com o DPPH (13,61%) na concentração de 500 μg/mL, 9 enquanto que a farinha obteve 16,69% para DPPH. O óleo da amêndoa de inajá apresentou atividade antimicrobiana frente a S. aureus, B. cereus na concentração de 0,12 mg/mL e o extrato aquoso da farinha de 0,012 mg/mL. O óleo exibiu ação antifúngica contra A. niger e C. siamenses em concentrações inferiores com 0,04 e 0,06 mg/mL. Portanto, o óleo e a farinha de inajá possuem elevado valor nutricional, boa estabilidade oxidativa e térmica e propriedade antioxidante e antimicrobiana, sendo uma nova possibilidade no desenvolvimento de alimentos funcionais sustentáveis, podendo contribuir para a redução dos impactos ambientais, agregação de valor aos produtos regionais e promoção da saúde dos consumidores.