Alfabetização no programa Educar pra Valer : o que propõem os materiais para o ensino da leitura e da escrita no 2o ano do ensino fundamental?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: ANDRADE, Vivian Alves Souza
Orientador(a): ALBUQUERQUE, Eliana Borges Correia de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/51243
Resumo: A pesquisa objetivou analisar a proposta de alfabetização do Programa Educar pra valer, adotado em várias Secretarias de Educação do Brasil. Para alcançar tal objetivo, buscamos, especificamente, analisar os pressupostos teórico-metodológicos que fundamentam o referido programa; identificar e categorizar as atividades de leitura e de apropriação da escrita alfabética propostas no material do Programa destinado aos alunos do 2o ano do Ensino Fundamental e analisar as orientações pedagógicas direcionadas aos professores no caderno de orientações didáticas voltadas ao ensino da leitura e da escrita. O estudo possui uma abordagem qualitativa do tipo documental. Na produção e análise dos dados, a metodologia empregada tomou como base a análise do conteúdo. Os resultados indicam que a concepção de alfabetização adotada pelo programa destaca o aprendizado do código alfabético e do fônico, apresentando certa similaridade com a concepção de ensino da leitura e da escrita presente na Política Nacional de Alfabetização (PNA), instituída em abril de 2019. Como um material estruturado, o programa é destinado a um professor que deve seguir as orientações voltadas ao uso dos materiais que o compõem, desenvolvendo suas práticas de ensino com base em uma rotina pré-estabelecida e na execução das atividades presentes nos materiais, o que caracteriza o professor como mero tarefeiro, sem espaço para exercer a sua criatividade e autonomia em seu planejamento didático e na sala de aula. Quanto ao trabalho no eixo da leitura, há uma diversidade de gêneros textuais nos seis cadernos analisados, com um quantitativo maior de poemas, seguidos dos textos informativos, tirinhas, textos instrucionais, contos e músicas/cantigas. Ainda em relação ao que os alunos leem, ao mesmo tempo em que são levados a ler textos de diferentes gêneros, diariamente também precisam ler textos do caderno de fluência, caracterizados como textos cartilhados, sem sentido, correspondentes a um conjunto de frases soltas. Os textos dos cadernos de atividades devem ser lidos com base em uma sequência rígida, independentemente do gênero proposto para leitura, cujo foco é no desenvolvimento da fluência leitora. Já as atividades de compreensão de textos envolvem, principalmente a identificação do gênero e da função do texto, a localização de informações explícitas e a exploração do vocabulário e de algumas características do gênero. Quanto ao trabalho no eixo da apropriação do sistema de escrita alfabética, há diversidade de atividades que envolvem diferentes unidades da palavra (letra, sílaba, fonemas, rimas) e diversas operações cognitivas (identificar, segmentar, contar, completar, copiar, ler, escrever...). Além das atividades de leitura e cópia de palavras, as que envolvem um trabalho no nível da sílaba são as mais frequentes. Não há, no entanto, uma priorização da reflexão da sílaba como unidade fonológica, e sim da sua identificação gráfica que pode ser feita por meio de discriminação visual. Enfim, a análise dos dados da nossa pesquisa demonstrou que as propostas do programa Educar pra valer tratam o ensino da leitura e da escrita como decodificação e codificação, não garantindo a vivência de situações significativas e diversas de leitura e produção de textos.