Estudo da fadiga e sua associação com o transtorno do sono em pacientes com doença de Parkinson
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29944 |
Resumo: | A fadiga e o transtorno do sono noturno são sintomas não-motores comuns na Doença de Parkinson (DP), alterando significativamente a qualidade de vida destes pacientes. Entretanto são subdiagnosticados e consequentemente tratados de forma inadequada. Para uma avaliação mais detalhada é necessário o uso de instrumentos específicos de avaliação destes sintomas. O objetivo deste estudo foi avaliar a fadiga em pacientes com DP, analisar a sua associação com o transtorno do sono e com outros parâmetros clínicos (idade, gênero, duração da doença, depressão, cognição, severidade dos sintomas motores, estágios da doença) e analisar o seu impacto na qualidade de vida desses pacientes. Estudo observacional e analítico de corte transversal foi desenvolvido no Programa de Extensão Pró-Parkinson (Hospital das Clínicas/ Universidade Federal de Pernambuco), entre agosto de 2015 a maio de 2016. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco. Foram utilizados os seguintes instrumentos: Mini Exame do Estado Mental (MEEM), Escala de Hoehn-Yarh (HY), Escala Unificada de Avaliação para a Doença de Parkinson (UPDRS), Inventário de Depressão de Beck (BDI), Escala de Fadiga da Doença de Parkinson (PFS-16), Escala de Sono da Doença de Parkinson (PDSS), Escala de Sonolência de Epworth (ESS), Questionário da Doença de Parkinson (PDQ-39). Dentre os 123 pacientes da amostra, 64% eram homens. A média de idade foi 62 anos (±10) e a média de duração da doença, 06 anos (±4). Fadiga (média do escore PFS-16 ≥ 3.3) foi encontrada em 48% do total dos pacientes. Pacientes com fadiga apresentaram maior duração da doença, sintomas depressivos, comprometimento da cognição, severidade dos sintomas motores, sonolência excessiva diurna e transtorno do sono noturno. Fadiga combinada com transtorno do sono noturno ocorreu em 21% do total da amostra, sendo mais frequente no gênero feminino (32% vs 15%) e nos estágios mais avançados (52% in HY3). Análise de regressão logística múltipla indicou que as variáveis independentes significativas relacionadas para a presença de fadiga foram: cognição (OR=1.19 P=0.02), transtorno do sono noturno (OR=1.03 P= 0.0001); dentre os domínios do PDSS, sintomas motores noturnos (OR=1.09 P=0.0005) e sono reparador (OR= 1.11 P=0.02); dentre os domínios do PDQ-39, mobilidade (OR= 0.9323 P < 0.0001) e desconforto corporal (OR= 0.9767 P =0.0428). No nosso estudo, a fadiga foi um sintoma não-motor comum na população estudada com DP, de forma isolada ou combinada a outros sintomas motores e não-motores, presente em todas as fases da doença, sobretudo nos estágios mais avançados. Este sintoma foi associado com o gênero feminino, transtorno do sono noturno, sonolência excessiva diurna e cognição. Pacientes com fadiga apresentaram maior duração da doença, mais sintomas depressivos e severidade dos sintomas motores. A fadiga apresentou um impacto negativo na qualidade de vida desses pacientes. |