Interação microfitobentos X copepoda harpacticoida em área estuarina do canal de Santa Cruz - Recife

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Lopes Trindade, Renata
Orientador(a): Jorge Parreira dos Santos, Paulo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8837
Resumo: Os Harpacticoida participam de processos importantes do bentos porém suas interações específicas com os produtores primários ainda são pouco conhecidas. Este trabalho verificou a seletividade dos Harpacticoida sobre as microalgas e se a distribuição em microescala dos mesmos é influenciada pela distribuição dessas microalgas. Em laboratório realizou-se um experimento, onde as microalgas e quatro espécies de Harpacticoida (Cletocamptus deitersi; Mesochra sp.; Robertsonia mourei; Metis holothuriae) foram isoladas e cultivadas a partir de amostras de sedimento e de água coletadas em 10/08/2006, durante baixa-mar, no mediolitoral do Canal de Santa Cruz. O tempo de pastagem dos Harpacticoida sobre as microalgas foi de 24hs. No mesmo dia e local, foram coletadas amostras de sedimento, com 25 seringas contíguas (1,3cm2), em um centímetro de profundidade para verificar a relação microespacial in situ. A caracterização da área deu-se pelas variáveis: clorofilaa; feopigmentos; percentual de silte/argila; conteúdo de matéria orgânica e salinidade. Em laboratório, diferenças significativas (Mann-Whitney, p=0,0104) foram observadas para as densidades das microalgas Diploneis bombus e Navicula longa na presença de Mesochra sp. e no controle final. Na presença de R. mourei observou-se diferenças significativas (M-W, p=0,0104), comparando com o controle final, para Navicula sp., Tryblionella coarctata e Tryblionella punctata. Diferenças significativas (M-W, p=0,0104), para Cymbella sp.1, Cymbella sp.2 e Gomphonema sp., foram observadas na presença de C. deitersi e no controle final. M. holothuriae não determinou diferenças significativas para nenhuma espécie de microalga. Mesochra sp., R. mourei, C. deitersi, mostraram seletividade para as microalgas e o tamanho das mesmas parece influenciar esta seleção, assim como outros fatores podem explicar porque algumas microalgas não são ingeridas. Quanto a microdistribuição espacial, tanto o grupo Harpacticoida (rs=0,542; p=0,005) como C. deitersi (rs=0,0572; p=0,003) se correlacionaram significativamente com Gomphonema sp. Apesar dos Harpacticoida selecionarem microalgas, as correlações não demonstram de forma inequívoca a influência espacial desta seletividade. A abundância do alimento, a distribuição vertical no sedimento das microalgas e dos Harpacticoida, a predação de níveis tróficos superiores, entre outros fatores, podem fazer com que simples correlações não determinem claramente a influência das microalgas na distribuição microespacial dos Harpacticoida