Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
MORAES, Marianna de Carvalho |
Orientador(a): |
ANDRADE, Laise de Holanda Cavalcanti |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11821
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Resumo: |
As matas de restinga são ecossistemas associados ao bioma Mata Atlântica, sendo encontradas em toda a extensão do litoral brasileiro. Estudos etnobotânicos poderão trazer conhecimento acerca da influência cultural na percepção e manejo do ambiente de restinga, cujos recursos vegetais são amplamente utilizados pelas populações litorâneas. Analisou-se a interação que comunidades litorâneas nordestinas possuem com a mata de restinga registrando o conhecimento que os moradores da Reserva Particular do Patrimônio Natural - Nossa Senhora do Outeiro de Maracaípe, localizada no município de Ipojuca (8°31'34"S e 35°01'20´W), litoral sul de Pernambuco, possui sobre estas plantas. De janeiro de 2011 a junho de 2012 foram realizadas coletas de material botânico e entrevistas com 80% das residências dessa área, onde moram arrendatários, para levantar informações sobre o uso das espécies e sua percepção sobre o ambiente de restinga. As plantas citadas pelos 27 entrevistados foram identificadas e enquadradas em categorias de uso. Calculou-se a porcentagem da parte da planta mais utilizada e verificou-se a forma do repasse do conhecimento. Também foi verificado se os moradores distinguem fitofisionomias na restinga e se as mesmas direcionam a busca de recursos. Estimou-se o índice de importância relativa (IR) para as plantas medicinais e para as alimentícias. Cerca de 80% dos entrevistados moram no local há mais de 10 anos, provenientes de diferentes cidades, mas 96,30% nasceram no estado de Pernambuco. A maioria das mulheres entrevistadas não trabalha; as poucas que trabalham e a maioria dos homens ganha um salário mínimo. Os entrevistados são adultos e idosos, com baixo grau de instrução ou mesmo analfabeto. Foram citadas 119 etnoespécies úteis pertencentes a 56 famílias, 98 gêneros e 117 espécies, destacando-se pelos números Myrtaceae e Anacardiaceae, com oito espécies cada. Foram catalogados 63 usos para as 117 espécies. Os informantes indicaram 37,6% das espécies pertencentes a categoria alimentícia e medicinal, 23,08% à tecnologica, 20,51% ornamentais, 17,95% como lenha e 13,68% construção. Anacardium occidentale L. (cajueiro) e Manilkara salzmannii (A.DC.) H.J.Lam (maçaranduba), espécies nativas da região, foram citadas por todos os entrevistados, sem exceção. Os frutos de A. occidentale e de Cocos nucifera L. alcançaram os maiores valores de importância relativa alimentar. Mentha villosa Huds. foi a espécie que obteve maior valor de importância relativa medicinal. Os arrendatários ainda retêm um amplo e diverso conhecimento acerca da vegetação de restinga, sendo cerca de 30% das espécies citadas comumente encontradas nesse tipo de ambiente. São popularmente distinguidas as fitofisionomias de campestre, capoeira, vagem e mata para a restinga, que direcionam a captação de recursos por parte dos moradores e duas dessas se sobrepõe as cientificamente reconhecidas para esta área. |