“A nossa rainha vai se coroar!” : mulheres na realeza do maracatu cearense : poder e relações de gênero
Ano de defesa: | 2019 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Antropologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38945 |
Resumo: | O objetivo deste estudo foi investigar as relações e significados de gênero na sua articulação, quando necessário, com raça e classe nos grupos de maracatus do Ceará, com sede na Cidade de Fortaleza. Tem como ponto de partida a personagem rainha e como ela é construída por meio da constituição de subjetividades de homens e mulheres. Na tradição, a realeza do maracatu é marcada pela presença dos homens. No entanto, em um dado momento da história as mulheres passaram também a ocupar esta posição, fato que evidencia a ruptura da hegemonia masculina nesta posição. A pesquisa revelou que ao ocupar esse lugar, as mulheres desafiam relações de poder ligadas a gênero, isto ocorre porque se trata de uma posição que possibilita status e visibilidade social. Compreender isto se mostrou importante no conjunto das indagações acerca de gênero na manifestação. Na construção da rainha, os homens acionam um tipo de feminilidade questionado pelas mulheres, as quais se baseiam num modelo de moral que caracteriza a conduta da mulher, na sociedade brasileira, e serve para avaliar o que ela pode ser, bem como os desenhos de feminilidades mais adequados. Duas narrativas tentam justificar o surgimento do maracatu no Ceará, uma ligada à Pernambuco e outra às coroações de Reis do Congo no Ceará. Os maracatus partem de fontes históricas para compor uma compreensão e avaliação da sua tradição. Trata-se de um cortejo realizado com música e dança, organizado em corte e batuque que faz homenagem a coroação dos reis negros africanos. A manifestação é tida como espaço de afirmação de identidade racial negra. Baseia-se em trabalho de campo com inserções em 2015 (de janeiro a março) e em 2016 (de agosto a novembro), incluindo observações de ensaios e desfile carnavalesco, entrevistas, documentos das instituições estaduais de cultura e a produção dos folcloristas e memorialistas. |