A festa é de maracatu: cultura e performance no maracatu cearense 1980-2002

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Costa, Gilson Brandão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: www.teses.ufc.br
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/2861
Resumo: O maracatu fortalezense, encenação dramática multicultural, tem como substrato histórico e antropológico os rituais de coroação dos Reis de Congo que aconteciam no século XIX. Foi incorporado ao carnaval de rua em 1937, através do maracatu Az de Ouro. No contexto da festa, o cortejo performativo constituiu-se como complexo fenômeno cultural pelas criações e recriações processadas pelos corpos e vozes dos brincantes. Entre 1980 e 2002, agregaram-se aos grupos existentes, novas “nações” que, a partir das matrizes fundamentais expressas na oralidade e gestualidade, demarcaram significativas re-elaborações. O presente estudo objetiva analisar e compreender a inscrição social dos grupos na “avenida” e na cidade, bem como as modificações que se deram na “performance”, impulsionada pelas loas, os cantos, a “máscara negra tisnada”, os actantes matriciais (a Calunga e a Rainha) e que foram significadas a partir das noções de “tradição” e de “modernidade”. Estes elementos adquirem relevo particular na ação dramática de coroação da rainha negra. Abordando os significados envolvidos em torno da figura da matriarca real na composição dramática e no contexto da cultura local, a análise volta-se para os motivos que levaram os sujeitos-brincantes masculinos e femininos, no período estudado, a rivalizarem, a se colocarem em posições conflitantes sobre a questão da legitimidade de cada sexo a representar o personagem da rainha. Os discursos dos brincantes, configuradores da memória social desta prática, norteiam, em particular, o foco interpretativo desta pesquisa.