Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
CUNHA, Marceonila Marcela Bezerra da |
Orientador(a): |
SOUZA NETO, João Adauto de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Geociencias
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/54290
|
Resumo: |
O depósito aurífero São Francisco (DASF), localizado no município de Currais Novos (RN), é do tipo ouro orogênico que consiste de veios de quartzo auríferos com dimensões que variam de centimétricas à métricas, encaixados em mica xistos neoproterozoicos do Grupo Seridó. Geologicamente, o depósito ocorre na Faixa Seridó, da Província Borborema, que corresponde a um cinturão de dobramentos associados a transcorrências. A região exibe várias ocorrências minerais, agrupadas em depósitos de ouro orogênico, skarns (W-Mo, W-Mo-Au- Bi-Te, Cu) e pegmatitos (Nb-Ta, Be, Li, ETR, U e gemas), configurando a Província Mineral do Seridó. A caracterização petrográfica e geoquímica dos minerais-minério associados ao ouro foi realizada com microscopia sob luz refletida e Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) acoplado com Espectrômetro de Energia Dispersiva (EDS) e Detector de Elétrons Secundários (BSE). O EDS foi usado para a obtenção da composição química mineral e o BSE para o imageamento de mais elevada resolução dos minerais investigados. Os sulfetos e arsenieto que constituem a paragênese do ouro são pirita>pirrotita>arsenopirita>galena>calcopirita>lollingita. Subordinadamente ocorrem calcita e clorita associadas à esta paragênese. A alteração hidrotermal desenvolvida nos mica xistos em torno das vênulas e veios auríferos produzem halos de alterações (muscovita, sericita e clorita) com cerca de 1 a 5 m de largura. A partir das análises de composição química mineral foi possível se conhecer a assinatura geoquímica do fluido mineralizante, sendo caracterizada por Ag, Pb, As, Zn, Co e Ni. Estas análises permitiram identificar, pela primeira vez no depósito, a ocorrência da lollingita (FeAs2) em equilíbrio textural com arsenopirita e pirita, característica de depósitos auríferos mesotermais. A partir das associações minerais e texturas obtidas com o estudo petrográfico detalhado, foram identificados dois estágios hidrotermais, um de mineralização e o outro de remobilização do ouro, ambos com sulfetos associados. O estágio de mineralização de ouro é caracterizado pela cristalização de sulfetos (pirita I > pirrotita I > arsenopirita I > galena I) em geral euédricos à subédricos, apresentando granulação entre 0,01mm e 1 mm apresentando e contatos retos e bem definidos. O estágio de remobilização do ouro também é definido pela cristalização de sulfetos (pirita II e III, arsenopirita II, galena II e III > calcopirita I e II > lollingita), que na maioria das vezes são anédricos, caracterizados pelas texturas de substituição por galena ao longo de fraturas em pirita e minerais da ganga (quartzo, biotita, estaurolita), pirita em pirrotita e minerais da ganga (quartzo, biotita, plagioclásio) e calcopirita em pirita. Foram obtidas idades modelo Pb-Pb em pirita por LA-ICP-MS para o estágio de mineralização entre 516 e 500 Ma e para o estágio de remobilização entre 499 e 484 Ma. As idades encontradas são compatíveis com aquelas de alojamento de corpos pegmatíticos e reativação de zonas de cisalhamento na Faixa Seridó. A partir das razões isotópicas de chumbo 206Pb/204Pb, 207Pb/204Pb e 208Pb/204Pb obtidas com LA- ICP-MS pode-se apontar o manto como possível fonte do chumbo do DASF. |