Geologia e mineralização aurífera da área de Chapada-TO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: QUEIROZ, Joedy Patrícia Cruz lattes
Orientador(a): KOTSCHOUBEY, Basile lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14824
Resumo: O depósito de ouro da Chapada situa-se no extremo norte da zona externa da Faixa Brasília, na parte central da Província Tocantins. O quadro geológico da área consiste em embasamento ortognáissico de composição tonalítica a granodiorítica ou Complexo Manoel Alves, na Seqüência metavulcanossedimentar Água Suja metamorfisada na fácies xisto verde alto e comportando rochas metavulcânicas ácidas e básicas, e rochas metassedimentares de origem clástica e química (idade posterior a 2172±5 Ma), na Suite granítica intrusiva Xobó (idade mínima de cristalizações: 2012±3 Ma) e uma cobertura dobrada constituída predominantemente por quartzitos, correspondente ao Grupo Natividade. No Garimpo de Chapada ocorrem essencialmente quartzo-biotita xistos e metadacitos da Seqüência Água Suja cortados por veios e bolsões de granito pegmatóide a aplítico, leucocrático, pertencente à Suíte Xobó. Essas rochas foram afetadas por intensos movimentos transcorrentes de direção geral N30E que resultaram numa zona de cisalhamento hospedeira de uma sistema complexo e anastomosado de veios de quartzo. As rochas encaixantes dos veios exibem fortes sinais de milonitização, eventualmente de cataclase. Os biotita xistos foram, em particular, transformados em muscovita-biotita milonitos. Tanto nos veios de quartzo como nos milonitos das zonas de contato encontram-se minerais metálicos finamente disseminadas, sendo pirrotita e pirita os mais precoces, seguidos por calcopirita e esfalerita, e finalmente por arsenopirita e ouro livre ou incluso nesta última, todos formados no final do evento deformacional/hidrotermal. Os principais tipos de alteração observados são muscovitização, epidotização e silicificação. O processo hidrotermal comportou várias fases e foi marcado, de início, pela formação de soluções aquo-carbônicas bastante quentes (<330°C). Posteriormente, com a crescente participação de águas mais rasas, atuaram essencialmente fluidos aquosos de temperatura mais baixa (desde 300/250 °C até cerca de 150°C), pertencentes basicamente aos sistemas CaCl2-NaCl-H2O e KCl-NaCl-H2O. O sistema de veios de quartzo mineralizados e sulfetos + ouro da área de Chapada se encaixa na categoria de depósitos de tipo lode Orogênicos. A análise isotópica pelo método Rb-Sr das micas dos milonitos encaixantes dos veios permitiu determinar em 517±40 Ma a idade do cisalhamento regional e, conseqüentemente, da mineralização aurífera, que estaria, portanto, diretamente relacionada à formação da megaestrutura intracontinental referida como Lineamento Transbrasiliano do final do Neoproterozóico.