Efeitos do tratamento neonatal com Vitamina D sobre o sistema digestório na paralisia cerebral experimental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: SILVA, Luan Kelwyny Thaywa Marques da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Nutricao, Atividade Fisica e Plasticidade Fenotipica
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/58488
Resumo: A paralisia cerebral (PC) é definida como um distúrbio no neurodesenvolvimento caracterizado por anormalidades do tônus muscular, do movimento e das habilidades motoras, além de danos cognitivos e intestinais. Tem como principais causas eventos perinatais, como insulto ou má formação do cérebro em desenvolvimento. A literatura científica já aborda a dificuldade na alimentação relacionada a PC, bem como problemas digestivos, quadros de desnutrição e deficiências nutricionais, como a de vitamina D (VitD). A VitD é um pró-hormônio com ampla participação na homeostase do organismo, atuando no metabolismo do cálcio, função muscular e imunológica. Indivíduos afetados pela PC apresentam frequentemente um déficit no estado de VitD. Entretanto, níveis adequados devem ser mantidos para que haja o bom desenvolvimento do cérebro e do sistema musculoesquelético, garantindo uma variedade de funções metabólicas. Ademais, a VitD tem grande participação no sistema digestivo, promovendo os níveis ideais de peptídeos antimicrobianos e mantendo a integridade epitelial. Com base nisso, o presente estudo buscou avaliar as repercussões da administração neonatal de VitD sobre o intestino em ratos submetidos a um modelo experimental de PC. Foram utilizados 32 ratos Wistar machos, os animais foram divididos em 4 grupos experimentais: Controle+Veículo (n=8); Controle+VitD (n=8); PC+Veículo (n=8); PC+VitD (n=8). Os animais dos grupos PC passaram por um protocolo para indução a PC através de dois episódios de anóxia (P0 e P1) associadas a restrição sensório motora dos membros posteriores (P2 ao P28). Os filhotes receberam VitD ou Veículo na dose de 5μg/kg/dia (2 UI/10g/dia), durante os primeiros 30 dias de vida, via intraperitoneal. O peso corporal e desenvolvimento somático foram avaliados ao P7, P14, P21, P28, P45 e P60; entre P31 e 33 foi avaliada a calorimetria indireta; entre P34 e P36, foi feita a sequência comportamental de saciedade. Ao P60 o animais foram eutanasiados para coleta dos tecidos. Nossos achados apontaram que atrelada a PC, a administração neonatal de VitD foi benéfica em relação ao peso corporal e desenvolvimento somático, sendo observados maiores pesos corporais e comprimentos nasoanal. Na avaliação da saciedade comportamental, foi observado menor tempo gasto para alcançar a saciedade e nenhuma diferença em relação ao consumo alimentar. A calorimetria indireta indicou maior gasto energético em repouso, reforçando a premissa de efeito regulador da termogênese pela VitD nos grupos suplementados. Os dados histomorfométricos reforçaram o envolvimento da VitD no intestino, destacando sua atuação junto as proteínas de junção, promovendo maior desenvolvimento da túnica mucosa e possibilitando melhora na função de barreira e absorção dos nutrientes pelo intestino na PC experimental. Dessa forma, o tratamento neonatal com VitD apresentou efeito positivo sobre o peso corporal, parâmetros comportamentais alimentares, calorimétrico e na histomorfometria intestinal, caracterizando uma possível intervenção no manejo da PC.