Paralisia cerebral experimental e manipulação serotoninérgica : repercussões no sistema neuromotor de ratos no período neonatal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: ALBUQUERQUE, Glayciele Leandro de
Orientador(a): TOSCANO, Ana Elisa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Fisioterapia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39136
Resumo: A paralisia cerebral (PC) está comumente associada a déficits neuromotores. O uso de inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) tem demonstrado efeitos benéficos sobre distúrbios hipóxico-isquêmicos através da neuroplasticidade. Esse estudo avaliou os efeitos da fluoxetina sobre o desenvolvimento neuromotor de ratos submetidos a um modelo experimental de PC no período neonatal. Trata-se de um estudo experimental, aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais da UFPE (0015/2018). Foram utilizados 107 ratos machos distribuídos nos grupos: Controle Salina (CS, n = 19), Controle Fluoxetina 10mg/kg (CF10, n = 16), Controle Fluoxetina 5mg/kg (CF5, n = 19), Paralisia Cerebral Salina (PCS, n = 19), Paralisia Cerebral Fluoxetina 10mg/kg (PCF10, n = 16) e Paralisia Cerebral Fluoxetina 5mg/kg (PCF5, n = 18). Os animais sofreram anóxia pós-natal associada a restrição sensório-motora. A fluoxetina (5 ou 10mg/kg) foi administrada no período de lactação. As avaliações neuromotoras incluiram: crescimento somático, maturação das características físicas, ontogênese de reflexos, atividade locomotora, força muscular, coordenação motora e análise do córtex somatossensorial. Os resultados estão expressos em média e erro padrão da média, sendo significativo para p<0,05. A indução da PC restringiu o ganho de peso corporal, comprimento de cauda, eixo látero-lateral do crânio e eixo longitudinal nos grupos PCF5 e PCS. Nos testes de reflexos, apenas o de queda livre e o de geotaxia negativa demonstraram alterações nos grupos PCF5 e PCS. Não houve diferenças significativas importantes sobre as características físicas nem sobre a força muscular de nenhum grupo avaliado. A análise da coordenação e de atividade locomotora demonstraram pior desempenho dos animais dos grupos PCF5 e PCS comparado aos seus respectivos controles. A avaliação do córtex somatossensorial foi marcada por aumento do número de neurônios no grupo CF5 em comparação aos demais controles. As células da glia demonstraram maior número nos grupos PCF10 e CF10 em comparação aos demais grupos. Assim, apesar das alterações encontradas após o uso da fluoxetina nas avaliações somáticas, reflexas, de locomoção e equilíbrio nos grupos submetidos a paralisia cerebral, verificou-se que a administração de alta dosagem de fluoxetina acarreta em neuroinflamação e neurotoxicidade devido ao aumento de células da glia, que promove ativação imune precoce e astrogliose reativa, impedindo o surgimento e regeneração dos axônios. Enquanto isso, a utilização da baixa dosagem desse ISRS demonstrou um efeito positivo e estimulante da neurogênese, abrindo caminhos para novas perspectivas de tratamento na PC.