Avaliação da indução autofágica na infecção pelo vírus Zika em células de linhagem neuroglial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SILVA, Heverton Valentim Colaço da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Patologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34102
Resumo: O vírus Zika (ZIKV) é um arbovírus pertencente à família Flaviviridae, o qual possui semelhança com outros vírus causadores de arboviroses pertencentes a mesma família, incluindo o Vírus da Dengue (DENV), Vírus da Febre Amarela (YFV) e o Vírus da Febre do Nilo Ocidental (WNV). No Brasil, a infecção teve seus primeiros relatos no início do ano de 2014, tendo sido confirmado o primeiro caso em maio de 2015. Durante o surto no Brasil, as autoridades reconheceram a relação entre o vírus Zika e o aumento no número de casos de desordens neurológicas, tais como a síndrome de Guillain Barré e microcefalia. Em nível celular, das diversas alterações causadas, o processo de autofagia induzido pelo ZIKV pôde ser observado em cultivo de células humanas, ocorrendo a formação de autofagossomos com capsídeo viral. Esse evento parece ser relevante para a replicação do vírus, já que a modulação da autofagia pode influenciar no aumento do quantitativo de RNA do vírus nas células infectadas. O objetivo do estudo foi avaliar alterações na capacidade replicativa do ZIKV a partir de sua cepa contemporânea, bem como a presença e influência do mecanismo de autofagia durante a infecção em células de linhagem glial. Foi realizado o cultivo e infecção de células da linhagem U87-MG com a cepa do ZIKV PE, utilizando um MOI de 1,0. As células foram cultivadas em meio MEM (Minimum Essential Medium), suplementadas com 10% de soro fetal bovino e posteriormente realizada a incubação das células em amostras, incluindo o vírus e a presença da Rapamicina, um indutor autofágico. A análise do quantitativo da carga viral foi avaliada através de RT-qPCR e da indução autofágica pela citometria de fluxo entre as diferentes amostras. Encontramos que as células gliais tratadas com a rapamicina, o indutor autofágico propiciou a elevação da carga viral, após 4h da infecção (hpi) quando comparado aos grupos controles não tratados 2 e 4h de hpi, os quais mostraram níveis inferiores de RNA viral. Também houve um acréscimo significativo na replicação quando entre a indução autofágica após 4h da infecção em relação a 2h apresentando um fold change de 1,79. Desta forma, concluímos, que o aumento da autofagia induzido pela rapamicina diante da infecção pelo ZIKV mostrou uma maior capacidade de replicação viral nas células de origem glial, indicando a correlação entre o aumento da autofagia e consequente elevação da replicação de partículas virais, durante o período inicial de 2 hpi, sugerindo que o vírus se utiliza da maquinaria autofágica em benefício próprio.