Malandragem e ordem social : um estudo da autoridade malandra através do samba e da literatrura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Fernando de Oliveira Frazão, Rosenberg
Orientador(a): Jorge Ventura de Morais, Josimar
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9525
Resumo: Tomando o samba e a literatura como bases empíricas; categorias e conceitos teóricos propostos por Max Weber e Mikhail Bakhtin, entre outros; e adotando a busca de homologias estruturais como método investigativo; neste trabalho procurou-se reconstituir as origens e etapas da evolução da malandragem carioca; definir seus subtipos (com destaque para o malandro tradicional e o traficante); identificar seus traços característicos nos campos do discurso, comportamento e imagem, a fim de compor o chamado Estatuto da Malandragem ; tudo isso com o objetivo final de descobrir as bases formadoras da Autoridade Malandra e como ela é capaz de fundamentar um modelo de Ordem Social paralelo à Oficialidade, mantido nas comunidades pobres urbanas do Rio de Janeiro e considerado legítimo, apesar de sua condição assumidamente marginal. Do manuseio dessas bases empíricas, teóricas e metodológicas, foi possível constatar, primeiro, que a ordem malandra nada mais é senão um efeito da inserção gradual da malandragem carioca no mercado capitalista, inicialmente através do contrabando e, posteriormente, do tráfico de drogas. Depois, numa segunda homologia, chegou-se à discussão acerca de como a legitimidade da Autoridade Malandra pode ser edificada no meio comunitário e o quanto é equiparável (em termos de estabilidade e do uso previsto da violência para manutenção da ordem) à do Estado oficial, que, assim, pareceria um organismo completamente abalado e, conseqüentemente, substituível. Por fim, através da terceira e última homologia estrutural, tratou-se das coincidências entre a visão de mundo do malandro (ou ideologia , no sentido aqui aplicado) e a das classes dominantes, ou da tentativa de reprodução de um tipo discurso, comportamento e imagem senhorial-burguesa, que, em seu bojo, já traria os elementos indispensáveis ao exercício do poder, ainda que este fosse filiado à desordem