DA LAPA AO PELOURINHO: ONDE VIVE A MALANDRAGEM? O SURGIMENTO DO PERSONAGEM MALANDRO E SUA COMPARAÇÃO NAS OBRAS DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS, DE JORGE AMADO, E A ÓPERA DO MALANDRO, DE CHICO BUARQUE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Castello Branco, Fabrício Mathias lattes
Orientador(a): Tavares, Gil Vicente Barbosa de Marques
Banca de defesa: Tavares, Gil Vicente Barbosa de Marques, Alcântara, Paulo Henrique Correia, Merísio, Paulo Ricardo
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas (PPGAC)
Departamento: Escola de Teatro
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39706
Resumo: A partir de uma provocação urbana surge o questionamento acerca do típico personagem na dramaturgia nacional. Existe tal interlocutor, capaz de dar uma identidade a produção teatral de um modelo a ser replicado? A pesquisa se propõe a responder o questionamento através de um extenso aprofundamento literário, buscando desde os primeiros registros até o desaparecimento de tal personagem. O malandro é o centro dessa dissertação e toda sua trajetória desde seu surgimento em uma Península Ibérica até sua perfeita inserção nos trópicos. Cooptado pelo comportamento brasileiro, sua difusão será amplamente abordada pelo teatro e pela literatura. Através de registros de sua circulação, identificam-se duas cidades como sendo ocupadas por sua figura. Nomeadamente, Rio de Janeiro e Salvador, cidades onde essa investigação se aplica através da observação cotidiana e inserção boêmia. A ocupação de duas cidades litorâneas de comportamentos distintos lega ao malandro a região portuária, onde toda sua possibilidade de ação se dá em excelência. Entendido como pessoa em um primeiro momento, sua transformação em personagem é inerente ao seu imaginário popular. Ganhando alcunha de adjetivo, a malandragem é narrada em modelos que se tornam clássicos na literatura, subindo aos palcos segundo a transformação social das ruas. Como crônica urbana, as dramaturgias produzidas inserem o malandro como provocador de conflitos e articulador, alheio a uma balança maniqueísta. Observando as variações políticas o malandro se transforma e se adapta para manter sua existência. Diante da exemplificação de diferentes autores, percebemos o declínio do personagem até seu definitivo desaparecimento. Provando ser o típico representante da dramaturgia nacional, dois exemplos são citados para a sugestão de um modelo de malandragem compreendida entre os ambientes de atuação. A saber, público e privado se tornam as esferas onde os personagens Vadinho de Jorge Amado e Max Overseas, de Chico Buarque eternizam a conduta arquetípica, justificando todo o aprofundamento dessa pesquisa